Cinco pessoas foram presas e duas estão foragidas após ação da Polícia Federal e do Ministério da Previdência Social, realizada nesta sexta-feira em Governador Valadares (MG), com o objetivo de desmontar uma quadrilha especializada em fraudes à Previdência. Levantamento inicial indica que os prejuízos podem superar R$ 10 milhões.
Segundo o Ministério da Previdência Social, entre os presos está o médico perito Altair de Paula Vargas, servidor da Previdência Social há 24 anos, além de advogados, agenciadores, procuradores e beneficiários.
A prisão do perito, no entanto, não prejudicou o atendimento da perícia médica na Agência da Previdência Social Governador Valadares. O gerente regional do INSS Belo Horizonte, Manoel Lessa, explicou que todo o agendamento, anteriormente marcado para o perito, foi transferido para os demais profissionais da casa, informou o ministério.
Durante a chamada Operação Hemostasia foram cumpridos ainda 27 mandados de busca e apreensão nos endereços residenciais e de escritórios de advocacia, contabilidade e de clínicas e consultórios médicos da região.
Segundo o Ministério da Previdência, a fraude consistia na concessão irregular dos benefícios por incapacidade, o auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez. Na maioria dos casos, os beneficiados eram aqueles que tinham o benefício por incapacidade negado por falta de qualidade de segurado junto à Previdência (falta de contribuição). Eles tinham a perícia remarcada e direcionada para o médico perito que participava do esquema, informou o ministério.
O grupo teria agido na concessão de dez mil benefícios, sendo que em 500 já foram encontradas irregularidades.
O delegado responsável pela Operação, José Otávio Cançado, afirmou que o esquema de fraudes se iniciou em 2000, quando o também acusado e preso pelo envolvimento no assassinato da médica Maria Cristina de Souza Felipe da Silva, o perito Milson Brige, fazia as articulações necessárias ao esquema fraudulento no exercício da atividade na Previdência Social.
A Força Tarefa Previdenciária foi criada em março de 2000 e é composta por servidores da Assessoria de Pesquisas Estratégicas da Previdência Social, do Ministério Público Federal e da Polícia Federal. Conforme o Ministério da Previdência, somente no ano passado, foram realizadas 41 operações e 217 pessoas foram presas, das quais 27 servidores.

COMPATILHAR: