A Polícia Federal vai pedir novamente a prisão de pelo menos 14 prefeitos de Minas e da Bahia, suspeitos de envolvimento com a máfia do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Também poderão voltar para a cadeia, a pedido da PF, outros acusados de participação no esquema, que consistia em obter decisões judiciais fraudulentas para liberação de 6% dos valores retidos de FPM pelo governo federal em razão de dívidas previdenciárias das prefeituras. Todos os 15 prefeitos presos na quarta-feira foram liberados sábado por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que considerou sem efeito os mandados de prisão provisória expedidos pelo juiz Jirair Aram Megueriam, corregedor-geral. O TRF1 entendeu que a atuação de Megueriam se restringe à área administrativa, ou seja, à sindicância instaurada para apurar o possível envolvimento de juízes federais mineiros com o grupo.
Sem falar em nomes, o delegado federal Alessandro Moretti, que preside o inquérito, admitiu ontem, durante entrevista coletiva, que a PF ?estuda? refazer os pedidos de prisão em desfavor de alguns integrantes da máfia, que teria dado um prejuízo aos cofres públicos, somente nos últimos três anos, de mais de R$ 200 milhões. A Operação Pasárgada, desencadeada quarta-feira, tinha como alvos 52 pessoas, suspeitas de envolvimento com a organização criminosa, entre elas advogados, juízes federais, procuradores e servidores municipais, além de funcionários da Justiça e um gerente da Caixa Econômica Federal. Moretti, que é chefe regional de combate ao crime organizado, disse que, mesmo depois da decisão do TRF1, as investigações prosseguem normalmente. ?Nenhum documento apreendido foi devolvido e temos todas as provas preservadas?, garante Moretti.

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