Há meio século, uma invenção médica teve grande contribuição para que a mulher, que já lutava por mais espaço e respeito, conquistasse a sua liberdade sexual. A pílula anticoncepcional , que completa 50 anos em 2010, é uma das responsáveis por permitir que a mulher passasse a controlar sua fertilidade e, com isso, tivesse mais segurança no dia a dia. Foi em 1950 que o biólogo norte-americano Gregory Pincus iniciou suas pesquisas para criação do método anticoncepcional.
Estudo realizado pelo Instituto Guttmacher, organização de saúde sexual dos Estados Unidos, revela que 80 milhões de mulheres utilizam a pílula anticoncepcional no mundo. O maior percentual de consumidoras reside na Europa e nos Estados Unidos e utilizam o método para planejar o tamanho da família, se dedicar aos estudos e à carreira. O estudo revela ainda que, na América Central e do Sul, cerca de 16 milhões de mulheres utilizam a pílula anticoncepcional, sendo que as brasileiras usam os contraceptivos orais durante um período maior – entre dois e cinco anos -, enquanto as mexicanas utilizam o método por apenas um ano sem interrupção.
O atual índice elevado de utilização da pílula anticoncepcional contrasta com o período de seu lançamento, ocorrido quando o cenário mundial pregava uma conduta moral de castidade feminina. Na época, o método era receitado apenas para as mulheres casadas e com autorização dos maridos. A primeira pílula, lançada nos Estados Unidos, possuía formulação com altas doses de hormônio, que gerava alguns efeitos colaterais, e assim não conquistou as usuárias.
A pílula também pode ser apontada como uma das responsáveis pela redução da taxa de fecundidade brasileira, que teve um decréscimo médio de 6,3 filhos em 1960 para 5,8 filhos em 1970, chegando ao patamar de 2,3 filhos em 2000, no país, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

COMPATILHAR: