O eucalipto está deixando de ser patinho feio para se tornar cisne no agronegócio mineiro. A demanda mundial por celulose da árvore para fabricação de papel avança a passos largos, impulsionada pela China. No Brasil, as siderúrgicas engrossam o coro. Elas estão de olho nas florestas plantadas por pequenos produtores rurais porque querem uma produção sustentável, que não dependa das importações de carvão mineral, mais poluente que o vegetal. Essa busca fez com que o eucalipto atingisse uma área de quase 1,5 milhão de hectares em Minas Gerais, ultrapassando a cultura mais tradicional do estado, o café, cujas plantações ocupam hoje 1,1 milhão de hectares, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No primeiro semestre de 2009, a China aumentou em 68% as importações de celulose, enquanto os mercados desenvolvidos apresentaram queda próxima de 20%?, diz o economista-chefe da Ativa Corretora, Arthur Carvalho. Ele chama a atenção para a preferência pelo eucalipto. Em 2008, enquanto a demanda mundial por celulose subiu algo próximo de 1,3%, a demanda por celulose de eucalipto cresceu 13%, 10 vezes mais, compara.
O Brasil, e Minas Gerais especialmente, avançam nesse cenário. Segundo a pesquisa do IBGE, em 2008 Minas ultrapassou o Paraná e assumiu a liderança nacional no valor bruto da produção da silvicultura (florestas plantadas) e extração vegetal (vegetação nativa). Atingiu a cifra de R$ 2,54 bilhões. O estado é agora o maior produtor nacional, participando com 78% da produção nacional da silvicultura e com 18% da extração vegetal. Interessante é que a produção de carvão proveniente de vegetação nativa apresentou queda de 4,9% em relação a 2007, enquanto a da silvicultura aumentou 7,9%, salienta o supervisor de pesquisa agropecuária do IBGE, Humberto Silva Augusto. Segundo ele, o aumento poderia ter sido ainda maior se não fosse a crise.

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