A Polícia Civil cumpre mandado de busca e apreensão em uma distribuidora que fornece o monoetilenoglicol para a cervejaria Backer, em Belo Horizonte. A empresa fiscalizada fica em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

A perícia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) encontrou as substâncias tóxicas monoetilenoglicol e dietilenoglicol na água usada na produção da cervejaria Backer, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O resultado aumenta a suspeita de que outros rótulos da empresa possam estar contaminados, e não somente a cerveja Belorizontina, associada à intoxicação de pelo menos 17 pessoas com a síndrome nefroneural e dois óbitos, um deles ontem, na capital mineira. Há três hipóteses em investigação: sabotagem, vazamento e uso inadequado das moléculas de monoetilenoglicol no processo de refrigeração do sistema.

Ainda não há resultados das análises das outras marcas produzidas pela Backer, mas o Mapa identificou sete lotes de Belorizontina contaminados – um deles com o rótulo Capixaba, nome dado à cerveja distribuída no Espírito Santo. A inspeção do órgão federal também constatou os agentes químicos em mais de um dos 70 tanques usados na fabricação das cervejas. Na terça-feira (14), a empresa informou que apenas o tanque 10 teria sido lacrado.

Outros rótulos contaminados

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou, por meio de nota publicada na tarde desta quinta-feira (16), que identificou a presença dos contaminantes monoetilenoglicol e dietilenoglicol em outras seis marcas da Backer, além da Belorizontina e da Capixaba já informadas anteriormente.

Segundo o mapa, as marcas Capitão Senra, Pele Vermelha, Fargo 46, Backer Pilsen, Brown e Backer D2 têm lotes contaminados. Com isso, até o momento, as análises realizadas pelos laboratórios constataram 21 lotes com dietilenoglicol. Desses, oito também tem monoetilenoglicol.

Ainda de acordo com o ministério, servidores continuando “atuando nas apurações administrativas para identificar as circunstâncias em que os fatos ocorreram e tomando as medidas necessárias para mitigar o risco apresentado pelas cervejas contaminadas”.

O Mapa também reiterou que a Backer continuará fechada até que a empresa tenha “condições seguras” para operar. Os produtos, conforme a pasta, só serão comercializados “mediante análise a aprovação” de técnicos do governo federal.

As duas substâncias encontradas estão diretamente ligadas, quando ingeridas, aos sintomas sentidos por pacientes internados com quadros de intoxicação exógena em Minas Gerais.

O envenenamento acarreta a síndrome nefroneural, que já levou três pessoas à morte: dois moradores de Belo Horizonte e outro de Ubá, na Zona da Mata mineira.

Confira abaixo a lista das cervejas e lotes contaminados:

Foto: Reprodução/Mapa

 

Fonte: Estado de Minas ||
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