A Polícia Civil do Estado de Minas Gerais inaugurou, nesta quarta-feira (22), o Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro (LAB LD), em Belo Horizonte, que vai usar moderna tecnologia para cruzar dados na produção de conhecimento e identificação de redes de relacionamentos entre organizações criminosas, gerando clareza e certeza nas provas de delito. Entre os crimes que podem ser analisados pelo laboratório, estão o contrabando, o tráfico de drogas e de armas, corrupção e práticas ilegais cometidas contra a administração pública.
De acordo com o secretário nacional de Justiça, Pedro Vieira Abramovay, a tecnologia permite o cruzamento de dados das organizações criminosas investigadas por meio do acesso e processamento das informações, cruzando-as de modo a caracterizar a lavagem de dinheiro através de viagens e investimentos, por exemplo.
Investimento
O chefe de Polícia Civil, delegado-geral Marco Antonio Monteiro de Castro, disse que a ferramenta irá agilizar o trabalho da Polícia Civil. Ele ressaltou que considera indispensável o investimento em tecnologia para o combate ao crime organizado. ?O laboratório não funciona como uma delegacia de polícia, mas tem papel preponderante no processamento de informações para os delegados, auxiliando na apuração de crimes que tipificam a lavagem de dinheiro?, explicou.
Segundo Monteiro, o grande fluxo de dados bancários, telefônicos, fiscais e outros obtidos em diversas investigações a cargo da Polícia Civil, frente à impossibilidade de uma análise manual, indicavam a necessidade da criação de uma unidade que dispusesse de recursos tecnológicos capaz de realizar o cruzamento desses dados.
Agilidade
O laboratório terá como coordenador o delegado Luiz Flávio Cortat, que contará com 12 investigadores na equipe e hardwares e softwares de ponta para mapear a ação de organizações criminosas. Ele explica que o laboratório não vai pedir a quebra de sigilo telefônico ou bancário, por exemplo, mas a partir do pedido do delegado que estiver presidindo o inquérito e a autorização da Justiça, o LAB LD entra em ação.
Para exemplificar a importância do laboratório nas investigações, o delegado Cortat citou a recente prisão do traficante Luiz Cosme Barbosa, o Barriga, dono de vasto patrimônio e cuja conferência, manual, foi demorada. Com a tecnologia, a investigação seria agilizada, facilitando o trabalho policial. A polícia paulista, no combate ao PCC, utilizou o laboratório para identificar a movimentação dos líderes da organização criminosa.
A nova unidade é uma das 16 que serão inauguradas em nove estados brasileiros até o início do próximo ano, de acordo com o Pedro Vieira Abramovay. Em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro o laboratório é autônomo, vinculado somente à Polícia Civil. Nos outros estados há parceria com o Ministério Público.

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