Em parceria com o Ministério Público Estadual de São Paulo, a Polícia Rodoviária Federal de três estados e do Distrito Federal cumpre nesta terça-feira (3) vinte e quatro mandados de prisão e busca e apreensão contra integrantes de um esquema de fraude em relação à renovação de carteiras de habilitação em Minas Gerais e São Paulo.
Ao todo, 100 policiais fazem buscas em residências, autoescolas e escritórios de advocacia dos dois estados.
Intitulada de ?Operação Cartas Marcadas?, os alvos da ação são servidores públicos, agenciadores e donos de autoescolas. Já em relação aos mandados, os mesmos estão concentrados no Sul de Minas Gerais, no centro de São Paulo e Grande São Paulo.
Até a tarde desta terça-feira, nove pessoas já haviam sido presas. Entre as prisões, estão dois homens que são pai e filho e foram abordados na cidade de Pouso Alegre, no Sul de MG. Além da dupla, um investigador e uma advogada, que é dona de uma autoescola, foram presos em Guarulhos, em SP. Segundo a polícia, as outras pessoas foram presas em Machaco, Poço Fundo e Ipuiuna, também no Sul de MG.
Conforme a PRF, os suspeitos desbloqueavam carteiras de motorista de forma irregular, além de negociarem permissões para dirigir sem que os candidatos tivessem assistido às aulas teóricas ou tivessem feito as aulas práticas exigidas.
De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério Público Estadual de São Paulo, o desbloqueio das carteiras era feito na própria Corregedoria do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran), o que revela que funcionários do órgão estavam envolvidos na fraude.
Segundo o MPE de São Paulo, os suspeitos chegaram a liberar aproximadamente 30 mil carteiras de forma irregular.
Estima-se que, no período de três anos, a quadrilha lucrou cerca de R$ 15 milhões com a fraude.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal de Brasília, a liberação das carteiras custava em torno de R$ 3 mil e um policial militar, que também foi preso em Pouso Alegre, era quem iniciava todo o processo da fraude. Conforme a polícia, mesmo não revelando que era militar, o homem era responsável por fazer o primeiro contato com as pessoas que procuravam o serviço ilegal de liberação de carteiras.

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