As eleições com urnas eletrônicas passaram a ser utilizadas nas eleições de 2000 e não se têm evidências de fraudes.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, alega ter fraudes nas votações eletrônicas, afirma serem conhecidas as fraudes e golpes na informática e sugere a implantação do voto impresso, a ser usado para auditagem das votações.

Em 09.03.2020, sem provas, disse que sem fraudes teria vencido a eleição de 2018 no primeiro turno: “Pelas provas que tenho em minhas mãos, que vou mostrar brevemente, eu fui eleito no primeiro turno, mas, no meu entender, teve fraude”.

No dia 16.11.2020, levantou dúvidas sobre a apuração das eleições e defendeu o voto impresso: “Nós temos que ter um sistema de apuração que não deixe dúvidas. É só isso. Tem que ser confiável e rápido.Se nós não tivermos uma forma confiável de apurar as eleições, a dúvida sempre vai permanecer”.

No dia 07.01, disse: “Se nós não tivermos o voto impresso em 22, uma maneira de auditar o voto, nós vamos ter problema pior que os Estados Unidos“, em referência aos tumultos ocorridos no Capitólio.

No dia 01.07, disse que não entregará a faixa presidencial para quem ganhar as eleições com fraude: “Eu entrego a faixa presidencial para qualquer um que ganhar de mim na urna de forma limpa. Na fraude, não…”. A repercussão gerou reações. No dia 09.07, Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, afirmou que quem fizer retrocessos no país será considerado inimigo da nação. No mesmo dia, Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse que qualquer tentativa de impedir a realização de eleições em 2022 “configura crime de responsabilidade”.

Essas falas ocorrem no momento de piora da avaliação de Bolsonaro, de pesquisas indicando perda da eleição em 2022. Têm o objetivo de desconstruir, desacreditar, desinformar, aterrorizar e usar esse discurso em 2022 para contestar o resultado eleitoral, e, até insinua, não passar o cargo para outro candidato vencedor. Tudo isso coloca em xeque o voto, base da democracia.

Estranha Bolsonaro afirmar as eleições nas urnas eletrônicas gerarem resultados fraudulentos, pois ele e seus filhos foram beneficiados em sucessivas eleições por elas. Quando venceram, nunca alegaram fraude e não se negaram a tomar posse, quer dizer, somente a vitória é válida e se perder ocorreu fraude.

Além disso, Bolsonaro foi eleito presidente com o uso maciço dos recursos da informática das redes sociais (grupos do WhatsApp, fake news, desinformação, etc.), mas esquece serem as urnas eletrônicas certificadas nos aspectos de segurança.

Após exercer, desde 2019, uma gestão catastrófica, Bolsonaro colhe os resultados negativos nas pesquisas de opinião pública, onde foi considerado despreparado para governar, desonesto, falso, incompetente, indeciso, autoritário.

Dessa forma, Bolsonaro, de fala em fala, prova ser ele a verdadeira fraude. Decepcionou seus eleitores, descumpriu promessas, gera instabilidade diariamente, faz todos os brasileiros sofrerem as consequências das crises seguidas sem solução, mostra ter tomado posse disposto a gerar o caos social e político.

Euler Antônio Vespúcio – advogado tributarista

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