Desde 01.01.2019, o governo de Jair Bolsonaro faz uma gestão pública trágica, é considerado o pior presidente de nossa história e impõe ataques às instituições, com retrocesso à democracia.

Com tantos erros, o seu governo perdeu o apoio popular e sua base de sustentação, somente restando um pequeno grupo de seguidores fanáticos e desapegados da realidade difícil que o país vive.

No dia 10.08 o presidente deu mostra de sua opção política pelo atraso tecnológico e de efetivar retrocesso em eventuais avanços alcançados. O desfile de tanques mostrou o atraso tecnológico das forças armadas, demonstrando ter poder bélico suficiente para subjugar o seu povo internamente e não ter capacidade para ser ator importante em uma guerra moderna, marcada por recursos de alta tecnologia. No mesmo dia, houve a votação na Câmara Federal da inclusão do voto impresso nas urnas eletrônicas, após insistência do presidente da República de ser necessária a adoção do voto impresso para garantir a sua auditoria, desconhecendo serem os sistemas de informática possíveis de auditagem e optando por defender o retrocesso da emissão de papel para conferir os registros magnéticos.

O desfile de tanques na esplanada dos ministérios em Brasília, passou na frente do Palácio do Planalto, do Senado, da Câmara Federal e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Esse desfile foi pedido por Jair Bolsonaro, sob o pretexto de ser o momento para as forças armadas convidar o presidente para um evento na base militar de Formosa (GO), mas visou intimidar o Poder Legislativo e Judiciário, justamente no dia da votação do voto impresso e muitos, de forma ingênua, consideram isso ser uma mera coincidência.

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do voto impresso necessitava de três quintos (308) dos votos dos 513 deputados federais, mas foi derrotada, com apenas 229 votos favoráveis.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, pautou a votação da PEC acreditando que sua rejeição acalmaria Jair Bolsonaro, mas ele não tem controle emocional para se comportar adequadamente com a perda de popularidade, previsão de derrota em 2022, exposição dos erros de sua gestão catastrófica (condução criminosa do combate à pandemia, desmatamento, queimadas, invasão de terras públicas, suspeitas de corrupção, crise hídrica e apagão elétrico, desemprego, inflação, fome, etc.), etc.

Assistimos abismados ao ridículo desfile de tanques fumacentos e antiquados, com a exposição das forças armadas ao trabalho inadmissível de servir aos interesses de um governo. É uma mostra de fraqueza, como bem disse Omar Aziz, presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), do Senado: “Todo homem público, além de cumprir suas funções constitucionais, deveria ter medo do ridículo. Mas Bolsonaro não liga para nenhum desses limites, como fica claro nessa cena patética de hoje, que mostra apenas uma ameaça de um fraco que sabe que perdeu“.

Euler Antônio Vespúcio – advogado tributarista

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