Moradores de Ouro Branco, na região Central do Estado, que estejam na faixa etária de 4 a 30 anos e trabalhadores abrigados em alojamentos coletivos, serão vacinados contra meningite bacteriana a partir desta segunda-feira (24). A vacinação se estenderá até o dia 4 de novembro. O anunciou foi feito, nesta quinta-feira (20), pelo secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Antônio Jorge de Souza Marques. O secretário informou que como foi observada uma elevação dos casos esperados para este ano, o quadro aponta para um surto localizado em Ouro Branco e não para uma epidemia.
?Estudos epidemiológicos comprovam que a meningite é mais comum em crianças, porém como ocorreu esse surto localizado em Ouro Branco, será executado um bloqueio vacinal mais ampliado, melhorando a imunidade da população com a vacina. Todas as medidas necessárias para conter o surto foram tomadas?, explicou o secretário. ?Há uma rigorosa vigilância. Realizamos a quimioprofilaxia (bloqueio por antibiótico quando se identifica a bactéria circulante ou restrita a um universo territorial) nos dias 14 e 15 de outubro, em 1200 trabalhadores. Embora nem todos tenham tido contato direto com os pacientes contaminados, todos receberam o medicamento por precaução?, explicou Antônio Jorge.
Segundo o secretário, na manhã desta quinta-feira foi realizada uma reunião técnica com representantes da Prefeitura de Ouro Branco, quando se decidiu pelo bloqueio vacinal. Em 2010 foram notificados 2 casos de meningite em Ouro Branco. Já em 2011 foram notificados 9 casos, destes, 2 são de funcionários da construtora (1 evoluiu para óbito; o outro paciente está se recuperando bem).
Para verificar se houve ou não contato de três moradores da cidade com funcionários está em curso uma investigação epidemiológica. Em Congonhas foi confirmado apenas um caso, de uma adolescente, que está internada, mas que se recupera bem.
Indicação da vacina
Sobre a vacinação em outros municípios da região, o secretário Antônio Jorge explicou que ?como Congonhas e Conselheiro Lafaiete estão próximas de Ouro Branco é compreensível que a população se preocupe com a vacinação nestes municípios também. Mas ressalto que se estendermos a vacinação para essas cidades cometeremos um erro técnico, pois não há nenhuma indicação para vacinação. Congonhas teve apenas um caso confirmado de meningite neste ano e Lafaiete não teve nenhum, até o momento. Lá permanece o calendário normal da vacinação, que tem como público-alvo as crianças menores de 2 anos?, completou.
De acordo com o prefeito de Ouro Branco, Padre Rogério de Oliveira Pereira, essa decisão de aplicar a vacina foi tomada de forma conjunta entre a SES e a Prefeitura e tem caráter técnico. ?Vamos seguir um protocolo técnico?, assegurou, ao explicar que para a pessoa ser vacinada, ela precisa apresentar um dos seguintes documentos: a carteira da faculdade, carteira profissional vinculado a pessoa a uma empresa e o cadastro nas unidades de saúde.
Nesta sexta-feira (21), técnicos da SES vão se reunir com os 75 médicos de Ouro Branco. Na reunião, será detalhada a estratégia de vacinação.
Surto de catapora em Formiga
De acordo com o Setor de Epidemiologia, até na quarta-feira havia três crianças internadas por causa da doença. ?Na verdade, desde o início do ano, foram detectados 330 casos, esse número não é só das últimas semanas não, geralmente o aumento se dá nos meses de julho e agosto. Qualquer um pode pegar a doença, mas ela predomina em crianças menores de 15 anos?, explicou a coordenadora do setor, Juliana Castro.
No ano passado, até o dia 15 de outubro, a Secretaria Municipal de Saúde havia registrado 24 casos de catapora em Formiga. Os números neste ano aumentaram consideravelmente. Na sexta-feira passada (14), o MGTV exibiu uma reportagem falando sobre os casos, com óbitos em Formiga. Nesta semana, outros meios de comunicação de abrangência nacional também veicularam matérias sobre o assunto.
Na semana passada, a metade dos leitos infantis da Santa Casa estava ocupada com crianças afetadas pela doença. Em 15 dias foram registrados 278 casos. A última vítima foi Cauã Honorato Faria, de dois anos e sete meses. Era o único filho do casal. A evolução rápida da doença preocupou os médicos.

Fonte: Agência Minas

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