Não há um só leitor de qualquer um dos jornais da cidade de Formiga que não esteja cansado de ver matérias relacionadas aos incontáveis buracos existentes nas vias do município.
Com a enchente do dia 16 de dezembro o problema só aumentou e apesar de quase dois meses passados, por todos os lados da cidade ainda podem ser vistos os estragos.
Mas para quem precisa dirigir todos os dias pela cidade a trabalho, a má qualidade do pavimento, ao que parece, vai muito além do ?problema enchente?. Oswaldo Almeida, que há 27 anos trabalha como taxista, afirma que a situação de algumas ruas é alarmante: ?Tudo bem que com as chuvas tudo piorou, mas a situação está ruim há muito tempo. Só a gente que dirige por toda a cidade é que sabe o quanto está difícil trabalhar nessas condições?.
Também os motoristas de transporte escolar reclamam das condições das vias públicas, que hoje, no entender deles, colocam em risco a segurança de centenas de crianças e adolescentes que dependem das vans para serem transportadas até as instituições de ensino.
?Se a escola não fosse tão longe, preferia que a minha filha fosse a pé, do que ter que enfrentar esse trânsito louco e essas ruas esburacadas. A gente paga um pouco mais para dar segurança para os nossos filhos, mas na verdade estamos colocando eles em risco?, afirma Elenice de Fátima.
João Fonseca Rodrigues (Dão), que transporta crianças em dois turnos está indignado: ?A cidade está abandonada e não é de hoje! O prefeito e o pessoal de Obras deviam sair, às vezes dos gabinetes, para darem uma olhada nas ruas mais distantes do Centro. Operação tapa-buracos aqui, só no ?centrão? e na Abílio Machado e não tem essa que o problema é enchente, trabalho no ramo faz anos e os buracos estão fazendo aniversário?.
Com o morador da rua Lélio Pereira da Rocha, no Cidade Nova, Carlos Roberto Pereira, o problema foi bem mais sério, já que o mesmo foi vítima de um acidente na principal avenida do bairro ? Silvio Rocha. ?Por causa de um buraco que se abriu há uns três meses, acabei caindo da moto e apesar de não ter me machucado tive um grande prejuízo financeiro, já que minha moto teve a frente praticamente destruída?, afirma.
Não é difícil constatar as denúncias, nos bairros como Rosa Mística, Santa Luzia, Nossa Senhora de Lourdes, Maringá e tantos outros, em alguns casos são tantos os buracos que as ruas parecem estradas de chão, tamanha a quantidade de areia ou terra que saem dos mesmos.

Ouvindo o outro lado
Procurado para falar sobre precária situação das ruas da cidade, o secretário adjunto de Obras, Riderson Borges, afirmou que ?a operação ?tapa buracos? é uma rotina da secretaria, mas que todos os anos necessário se realizar um demorado e complicado processo de licitação para a compra de massa asfáltica, usada para tapar os buracos, o que ainda não aconteceu este ano e, como no ano passado houve eleições e estávamos no final de governo, portanto impossibilitados de comprar em razão das eleições e das exigências da Lei Fiscal, infelizmente, o resultado está aí. E o que é pior, agravado sim, pelas chuvas. Mas, a licitação já está marcada para o dia 10 deste mês, e nela serão licitadas 600 toneladas de massa. Assim que o processo for concluído e homologado a operação tapa-buracos, começará?.
Quanto ao fechamento de vários buracos em ruas do bairro Centro e Sagrado Coração de Jesus, Borges explica que tais serviços foram realizados com o resto de massa que sobrou do ano passado. Outros bairros ainda não atendidos serão priorizados nesta nova remessa, principalmente o Cidade Nova, onde a situação é ainda mais grave que em outros pontos da cidade, disse.
?É importante que a população entenda que para se fazer qualquer obra no município as coisas não são tão simples. Não basta querer fazer. Existe todo um processo burocrático que muitas vezes impede o nosso trabalho. Existem normas, leis a serem cumpridas e se não forem, somos penalizados. Portanto, não se trata de má-vontade política e sim de se cumprir as normas e leis vigentes?.

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