Três em cada dez profissionais da rede estadual de saúde do Rio de Janeiro estão afastados da função após serem infectados pela variante ômicron do coronavírus. Na rede municipal, cerca de 20% dos profissionais da área estão afastados por ter contraído a doença.

Com a falta de funcionários e emergências lotadas, todas as cirurgias eletivas das redes estadual e municipal vão ser suspensas por 30 dias a partir de segunda-feira (14).

“Estão pedindo pessoas de outros plantões para vir. Só que é aquilo: você vem e não vai ter depois uma folga. Não tem hora extra, não tem nada”, afirmou uma funcionária da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Comendador Soares, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

O relato sobre a falta de profissionais em unidades de saúde se repete em outras cidades do estado. Segundo um funcionário do Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, na Região Metropolitana, as informações sobre pessoas infectadas crescem a cada dia.

“Vai passando de um pra outro. Vai passando. Então, tem poucos funcionários. Hoje mesmo, os meus colegas estão lá trabalhando com febre e já veio notícia de que já tem três que não vão trabalhar hoje porque estão com Covid”, afirmou.

A vice-presidente do sindicato dos médicos, Valeska Holst, afirmou que os funcionários estão sobrecarregados desde 2020.

“Isso desestrutura todo o processo de trabalho de uma série de outras doenças, porque as pessoas não param de adoecer por outras coisas ao mesmo tempo (…) Esses profissionais já estão sofrendo essa sobrecarga de trabalho desde 2020 e estão exaustos. Os serviços estão sobrecarregados e isso está levando a consequências, à perda de qualidade desses serviços”, afirmou Holst.

Veja a situação em outras cidades

No município do Rio de Janeiro, de dezembro até a primeira quinzena de janeiro, 5,5 mil profissionais de saúde foram afastados por covid. O Sindicato de Enfermagem diz que o afastamento entre profissionais da categoria chega a 20% na capital.

“A falta de profissionais nas unidades de saúde e o desmonte desses serviços, ele já vem de longa data, com frequente denúncia por parte das entidades, mas que infelizmente não há nenhuma solução por parte dos governos. Aí, num momento de explosão de casos como esses de Covid, a situação da saúde fica mais agravada”, afirmou a presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Mônica Armada.

A prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, estima que 20% dos profissionais de saúde estão afastados por covid.

Em Belford Roxo, 25% dos técnicos em enfermagem estão fora, 12%, enfermeiros e 3% dos médicos.

Em Nova Iguaçu e São Gonçalo, o percentual ainda é baixo: não passa de 5%.

Fonte: G1

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