Uma possível nova cepa do coronavírus foi identificada em Belo Horizonte e região metropolitana por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), do grupo Hermes Pardini, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da prefeitura da capital.

A informação foi divulgada nesta quarta-feira (7). Ainda não se sabe se a variante, assim como outras que passaram a habitar o mundo, causa maior transmissão do vírus, ou quadros clínicos mais graves nos infectados.

Os pesquisadores sequenciaram 85 genomas do SARS-CoV-2 de amostras clínicas coletadas na capital e arredores. Dois novos genomas com “uma coletânea de mutações ainda não descrita, caracterizando uma possível nova variante de SARS-CoV-2” foram encontradas.

“Esses dois novos genomas estão em amostras coletadas nos dias 27 e 28 de fevereiro de 2021 e não existem evidências de ligação epidemiológica entre ambas, como parentesco ou região residencial, o que reforça a plausibilidade de circulação desta nova possível variante”, relata o grupo em nota à imprensa.

“É a primeira vez que há descrição da nova possível variante. Não havia sido descrita anteriormente. Ainda não sabemos o que ela pode causar. As mutações que ela possui, sempre no mesmo local, na proteína S, podem ou não estar relacionadas com aumento de transmissibilidade. Acabamos de descobrir, ainda não sabemos”, explica Danielle Zauli, coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento do Pardini.

Apesar da descoberta, a pesquisadora ressalta que as medidas sanitárias recomendadas são as mesmas que vêm sendo praticadas desde o início da pandemia, e que não há motivo para “pânico” por ora. “Isolamento, álcool em gel e máscara. É preciso ter cada vez mais vigilância, principalmente na região metropolitana de BH. Pode ser que essa variante esteja em outros locais do país, mas precisamos ter muito cuidado. Gera um certo pânico, mas não sabemos, ainda, nada sobre ela”, conclui.

O estudo descobriu ainda que cepas de Manaus e do Reino Unido são as mais comuns em Belo Horizonte, o que pode explicar o agravamento da pandemia na cidade. “As variantes P.1, P.2 e B.1.1.7 possuem mutações críticas no gene codificante da proteína de espícula viral (S), como E484K ou N501Y, envolvidas no aumento da transmissibilidade e no escape imunológico”, diz o relatório.

Saiba quais linhagens foram encontradas no sequenciamento:

  • P.1 (30 amostras; 35,29%)
  • P.2 (41 amostras; 48,23%)
  • B.1.1.28 (8 amostras; 9,41%)
  • B.1.1.7 (3 amostras; 3,53%)
  • B.1.1.143 (1 amostra; 1,17%)
  • B.1.235 (1 amostra; 1.17%)
  • B.1.1.94 (1 amostra; 1.17%)

Fonte: O Tempo

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