A falta de vacina tríplice – contra difteria, tétano e coqueluche e BCG, que protege contra casos graves de tuberculose e é aplicada preferencialmente em recém-nascidos já atinge Minas Gerais. A distribuição das vacinas está irregular desde o ano passado.
Com o período de outono/inverno, de clima seco e frio, a proliferação de doenças que se espalham por meio de secreções nasais aumenta e a falta da imunização pode trazer problemas no caso da coqueluche, difteria e claro, da tuberculose.
O Ministério da Saúde fez uma compra de emergência de 6 milhões de doses de tríplice. As 3 milhões de doses importadas da França estão em análise no INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde) e outras 3 milhões compradas da Itália ainda não chegaram.
Mas um comunicado do Programa Nacional de Imunização aos Coordenadores Estaduais admite que problemas no abastecimento é mais amplo. Estão em falta, não só em Minas, mas no país sete tipos de vacinas e oito soros. As causas vão desde atrasos nas importações até readequações nos processos de produção das vacinas exigidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Segundo o infectologista Takanori Sakane, no caso da tríplice, as crianças em maior risco são as que não tomaram nenhuma dose da vacina. ?A partir do segundo mês, quando deve ser aplicada a primeira dose, os anticorpos da mãe se perdem e o risco de contrair as doenças começa a crescer?, afirmou.
Referência mundial em ações de imunização, o Brasil vive sua primeira crise no setor em anos.
Em nota, o Ministério da Saúde disse que alguns estados apresentaram episódios pontuais de redução nos estoques estratégicos, mas sem reportar ao Ministério comprometimento no atendimento à população.
E informou que, para assegurar o abastecimento, orienta as secretarias estaduais que otimizem o uso das vacinas e reduzam possíveis desperdícios.
O Ministério lembrou ainda que mantém estoques estratégicos para atender solicitações das secretarias sempre que há baixas nos estoques.

Em Formiga
Na cidade o problema também não é recente. No ano passado, pelo menos três reportagens foram feitas pelo Nova Imprensa sobre falta de doses da vacina contra tétano.
Com o início das imunizações contra o HPV, também foi divulgada a chegada de um número insuficiente de doses para demanda de adolescentes da cidade.
Agora, com a crise nacional causada pela falta das doses da tríplice, o jornal buscou informações para saber como andam os estoques do município e se atualmente há problemas no recebimento deste e de outros tipos de vacina.
Mais uma vez a resposta foi que tudo está sob controle. Apesar da clareza do questionamento, a resposta foi mais uma vez plural e não trouxe detalhes do que há em estoque e do que está em falta na cidade.
?No momento, os estoques da Secretaria Municipal de Saúde estão sob controle. No entanto, o órgão tem consciência da situação tanto no estado quanto no país e está atento a qualquer mudança nesse quadro. No caso da vacina dupla adulto (contra difteria e tétano), por exemplo, o Ministério da Saúde e o Governo do Estado estão tendo dificuldades para adquiri-la, uma vez que os laboratórios estão em processo de adequação da produção desses imunobiológicos. Porém, a secretaria ainda conta com doses em seu estoque e está em constante contato com os governos estadual e federal para que não faltem vacinas em Formiga?.
Fonte: JN e O Globo

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