O prefeito Aluísio Veloso/PT convocou uma coletiva na tarde desta quinta-feira (7) para esclarecer sobre a polêmica que envolve a aprovação da nova estrutura administrativa da Prefeitura, que está na Câmara Municipal aguardando a aprovação dos vereadores desde meados de outubro e que deveria ter sido aprovada até o dia 31 de dezembro do ano passado.
A Prefeitura pode literalmente parar de funcionar se a reforma administrativa não for aprovada com urgência. Já tem setor praticamente de pés e mãos atadas e algumas atividades podem ser paralisadas a partir desta sexta-feira (8).
Estiveram presentes na reunião, além de secretários e outros servidores da Prefeitura, o presidente da Câmara, Edmar Ferreira/PT, os vereadores governistas Moacir Ribeiro, Rosimeire Mendonça e Mauro César, do PMDB, além de Gonçalo Faria/PSB e representantes da imprensa formiguense.
Na coletiva, o prefeito Aluísio confirmou que o adiantamento salarial dos servidores públicos é impossível de ser pago este mês, pois não há mais tempo hábil, já que o adiantamento é pago no dia 12 de cada mês. O vale alimentação também está comprometido, pois é pago até o dia 20 do mês. Dependendo da demora para votar o projeto, até mesmo o salário dos funcionários pode estar em risco.
Com a não aprovação do projeto da estrutura administrativa, que está atrelado ao orçamento para 2010 aprovado pelos vereadores, a Prefeitura não pode efetuar e nem receber pagamentos, não pode realizar licitações e, com isso, o estoque de materiais e de certos produtos está se esgotando. O Pronto Atendimento Municipal (PAM) e os postos de saúde podem parar a qualquer momento, pois os materiais também estão limitados, e já não estão sendo feitas mais doações a pessoas que pegam por exemplo gases e esparadrapo na Secretaria de Saúde.
Aluísio Veloso disse que as urnas funerárias disponíveis já estão no fim, restam apenas 12 caixões da Funerária Municipal. Os combustíveis em algumas secretarias já começam a faltar, correndo o risco de ter que parar a coleta de lixo, os serviços das ambulâncias, as máquinas usadas em obras e de outros veículos do Executivo. ?A situação está difícil?, lamentou o prefeito.
Ainda segundo Aluísio, o Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Formiga (Sintramfor) voltou atrás em seu pedido de votar a estrutura administrativa somente depois de aprovado o Plano de Carreira e o presidente Edmar Ferreira está tentando resolver o impasse, segundo o prefeito, é o ?baluarte? da questão. ?Esgotaram todas as possibilidades de diálogo sensato, mas o bloco da oposição, alguns não cederam?, comentou Aluísio.
O chefe de gabinete, Sheldon Almeida, ressaltou que a coletiva não tinha a intenção de prejudicar ninguém, principalmente vereador ou grupo de vereadores e sim de mostrar para a população que estão procurando o consenso.
Os presentes bem que tentaram fazer com que Edmar Ferreira chamasse novamente os membros do grupo de oposição para a coletiva, mas ele disse acreditar que eles não iriam e que também não concordaram que a reunião extraordinária marcada até então para a próxima segunda-feira (11), às 15h, fosse antecipada para esta sexta-feira (8).
Membros do G5 (ou ainda G6?) se reuniram com o prefeito na noite de quarta-feira (6) e apresentou uma pauta de reivindicações, entre elas o projeto ?Mães Crecheiras?, que prevê o funcionamento da creche os 12 meses do ano; o projeto de reaproveitamento de águas pluviais em residências (que foi vetado pelo prefeito), Salva-Vidas na Praia Popular; liberação do alvará para a construção da Câmara, casa de apoio para formiguenses em tratamento médico em Belo Horizonte; projeto ?Barriga Cheia?, dentre outros. Mas o principal de todos que os vereadores condicionaram para aprovarem o projeto é o alvará para a sede da Câmara.
O prefeito Aluísio voltou a explicar que não pode liberar esse alvará porque um processo judicial está em tramitação, já que o Legislativo impetrou mandado de segurança, cuja liminar foi indeferida pela Justiça.
Depois da coletiva, por volta das 18h30, o vereador Edmar Ferreira se dirigiu para a sede do Sintramfor, onde estavam reunidos os vereadores José Geraldo da Cunha (Cabo Cunha/PMN) e José Gilmar Furtado (Mazinho/DEM) com membros do Sintramfor para debaterem o assunto. Eles não permitiram a presença de nossa redação e disseram que as informações seriam repassadas em uma coletiva marcada para as 9h desta sexta-feira.
As informações extra-oficiais são de que uma assembleia seria feita pelo sindicato na terça-feira (12) e, somente depois, os vereadores votariam a estrutura administrativa (o que deveria ocorrer na quarta-feira (13).

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