Foram mais de três horas de reunião, a portas fechadas, na manhã dessa sexta-feira (14) para que a Prefeitura respondesse se atendia ou não, as reivindicações de médicos e dentistas que trabalham no Programa Saúde da Família em Formiga.
No dia 27 do mês passado, esses profissionais, juntamente com a equipe do sindicato apresentaram à administração uma lista de pedidos para a melhoria das condições de trabalho, prevendo reajuste salarial, isonomia no cumprimento das horas, melhoria nas condições físicas dos postos e disponibilização de materiais básicos para atendimento.
Duas semanas se passaram e, de imediato, não havia resposta alguma, mas no decorrer da conversa, surgiram algumas propostas:
Para os médicos
A Prefeitura, que bateu o pé e garantiu que não voltaria atrás na proposta de redução da carga horária, prevista no edital de concurso, propôs que seja enviado à Câmara um projeto de lei para a redução da carga horária para 4 horas. Porém, o salário (já considerado baixíssimo pelos médicos) será cortado pela metade.
Segundo os médicos, foi prometido que, assim que fechado o acordo, o ambulatório (montado na Secretaria de Saúde) será fechado.
Abriu-se então, a possibilidade para que dois profissionais diferentes atendam nos postos, cada um em um período, mantendo o atendimento médico pelas oito horas previstas.
Sobre aumento de salário e melhoria na estrutura dos postos, haverá nova reunião na semana que vem com o secretario de Fazenda Gonçalo Faria.
?Nossa proposta, era que o salário fosse dobrado. Eles apresentaram uma proposta que prevê a diminuição da carga horária fazendo uma legislação específica e local, mas com a redução do salário que recebemos hoje. Nós vamos levar essa proposta para assembleia que se reunirá na segunda-feira (17) e os profissionais vão deliberar nesse sentido?, disse o médico Ednaldo Durço.
Para os dentistas
Situação ainda mais nebulosa ficou a dos dentistas que atendem no Programa, que receberam a ?proposta? do estudo para a viabilidade de uma gratificação, e não aumento real, que pode chegar a 20%.
Valor que também deverá ser estudado pela equipe econômica da Prefeitura.
?Não houve uma proposta real, concreta para nós. Vamos continuar tentando uma negociação?, explicou o dentista Gustavo de Faria, um dos representantes da classe na reunião.
Sobre a redução de carga horária e melhorias das condições, não foi apresentada proposta para a classe.
De acordo com o presidente do Sintramfor, as duas propostas serão apresentadas aos profissionais em assembleia, para saber se as mesmas serão aceitas. Junto a estas, serão apresentadas as reivindicações dos demais profissionais da área da saúde, que também atendem nos postos.
No fim da reunião, nossa equipe tentou conversar com a secretária adjunta de Saúde, para conhecer a posição da Prefeitura diante do que foi apresentado, mas Maiára Freitas preferiu não se pronunciar.
De acordo com o Departamento de Comunicação da Prefeitura, que emitirá nota sobre a reunião ainda na tarde desta sexta-feira, a presença do Promotor Marco Aurélio foi um pedido do prefeito Moacir Ribeiro. Segundo informou um dos participantes da reunião, durante o encontro, o promotor pontuou que o contrato de R$72 mil/mês para o pagamento de empresa terceirizada para a prestação de serviços médicos no ambulatório é ilegal.
Mesmo em negociação, médicos e dentistas não descartam a possibilidade de greve.
A reunião desta manhã deveria ter ocorrido na quinta-feira (13), mas o prefeito desmarcou o compromisso alegando motivo de viagem.

Atualizada às 13h40

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