Numa primeira análise sobre os estragos provocados pela enchente que assolou a cidade nesta semana, o secretário de Obras, Dr. Rodrigo Bahia, estimou em cerca de 4 milhões de reais o volume de recursos que a municipalidade terá que investir para a recuperação das áreas atingidas. Aqui não estão computados os prejuízos de empresas e pessoas cujas lojas ou residências foram fortemente atingidas pelas águas.
Bahia lamenta as perdas, mas se dá por satisfeito ao comentar que graças a Deus, apesar da força das águas e das proporções da tragédia, aqui não registramos nenhum caso de vítima fatal. ?Prejuízo material a gente resolve com trabalho e tempo, não é ??, concluiu.
O Estado de Emergência foi decretado e a coordenadora da Defesa Civil, viajou ontem a Belo Horizonte, em busca de ajuda que nestas situações o estado disponibiliza.
Populares questionam os motivos pelos quais o leito de nossos rios e nem mesmo as suas margens foram limpas nos últimos anos.
Na secretaria de Meio Ambiente a informação é de que um pedido para a execução destes serviços tramitou por mais de 18 meses nos órgãos estaduais superiores, os quais deveriam dar as autorizações com a requerida urgência, o que infelizmente, só se deu em setembro, quando a dita liberação chegou ao conhecimento da secretaria.
?Assim sendo não foi possível providenciar antes do período chuvoso a dita limpeza (dragagem), o que, aliás, estava até prevista no orçamento deste ano, inclusive com contingenciamento da verba necessária para tal?, disse o secretário.
A verdade é que órgãos de controle ambiental têm agido neste Estado com muita rigidez em certos casos, aplicando multas e fazendo exigências (diga-se até mesmo em cumprimento da lei), mas, quando se faz necessário vencer entraves burocráticos e outros, a coisa emperra. Só para lembrar, esta cidade mesmo, quando sofreu um dos maiores crimes ambientais (Lixo Fiat e outros) só mereceu a visita dos ilustres técnicos de alguns órgãos estaduais após muitos meses de grita e de outras ações que provocaram escândalos repercutidos pela grande imprensa nacional e alguns internacionais.
Delitos ambientais de menor porte são agilmente detectados e multas, muitas delas de grande valor, se consideradas as condições do infrator têm sido aplicadas. Grandes catástrofes provocadas por empresas idem, ao que se sabe, têm seus processos postergados e muitas delas continuam funcionando e até reincidindo nas mesmas práticas.
E quando a natureza se rebela, como aconteceu aqui, o prejuízo é socializado. Todos nós pagaremos por ele. Aliás, já estamos pagando, ou você tem hoje água corrente em suas torneiras?

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