O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Serviços em Saúde de Formiga (STSSF), Paulo José de Oliveira (Paulinho do Sindicato), fez uso da ?Tribuna do Povo? durante a reunião do Legislativo, na segunda-feira (18). Ele explanou sobre alguns problemas estão ocorrendo na Santa Casa de Caridade de Formiga. A solicitação foi feita pelo vereador Eugênio Vilela/PV.
Paulo José ressaltou que é com muita tristeza que, mais uma vez foi à Câmara Municipal falar sobre a situação da Santa Casa. ?O sindicato não tem medido esforços para acompanhar a evolução e fazer parcerias para uma Santa Casa saudável para a população, infelizmente, isso não tem sido verdade. O nosso objetivo é sensibilizar a população, a Câmara, as nossas autoridades para a real situação da Santa Casa. Quisera eu não estar aqui?.
Paulinho disse que hoje a insatisfação do sindicato com a Santa Casa é principalmente em relação à má gestão de pessoas e por tabela afeta a gestão dos funcionários e prejudica todo o povo de Formiga e região que busca assistência. ?Em 2002, a Santa Casa vivia um caos total e o sindicato teve que mover mundos e fundos, sensibilizar a comunidade para que fosse feita uma intervenção judicial, o que ocorreu. Vimos uma gestão da Santa Casa provar que o SUS [Sistema Único de Saúde] dá lucro, que não dá prejuízo. A intervenção conseguiu levantar a Santa Casa apenas com o trabalho de gestão, sem verbas federais, sem heranças?.
Segundo informou Paulinho, após a intervenção, a Santa Casa foi entregue novamente aos Irmãos Benfeitores, que vem buscando melhorar os trabalhados na Santa Casa. ?No primeiro mandato da atual provedoria, eles tiveram o privilégio de pegar a Santa Casa em uma oportunidade muito boa, porque começou a chegar as verbas de projetos que foram acrescentados (sic). Felizmente, a Santa Casa tem recebido muitas verbas. De 2005 pra cá, já recebeu do Pro-Hosp, da Secretaria de Estado da Saúde, verbas anuais e mensais, nada menos que R$1.863.617. Do Fundo Nacional da Saúde, do Ministério da Saúde, a Santa Casa recebeu, de 2004 até hoje, R$4,233 milhões. Totalizando, dá cerca de R$6 milhões. Sabemos que muitas ali são verbas carimbadas. Isso resulta em uma economia para o hospital que a gente não vê resultado final.
Paulo José contou que há problemas na gestão do hospital. ?Existem várias receitas que entram na Santa Casa e ela sempre está no vermelho. O Banco de Alimentos tem ajudado muito a Santa Casa. A gente vê a gestão dificultando em conceder alimentação para funcionário, até cafezinho para o acompanhante do paciente é negado. São coisas pequenas que estão afetando a harmonia do hospital?.
O presidente do sindicato ressaltou ainda a questão da tomografia. ?A Câmara ajudou, a Prefeitura ajudou, só que não atende a comunidade pobre, não atende pelo SUS. A alegação é de que falta um convênio entre o Ministério da Saúde e a Santa Casa para fazer esses exames, mas uma fiscal que esteve na Santa Casa foi atendida pelo SUS, fez tomografia, consulta. Então, por que um pobre não pode ser atendido? Ele chega lá e tem que ser particular. Então, falta uma fiscalização da comunidade e das autoridades?, ressaltou.
Paulinho falou também sobre a greve feita pelos funcionários. ?Estamos desde 2008 sem celebrar o Acordo Coletivo de Trabalho. Fizemos dois meses de greve e provamos tecnicamente que a Santa Casa tinha condições de dar melhoria salarial para os funcionários, mas o juiz do Tribunal achou melhor arquivar o processo, o porquê a gente não sabe. Estamos enfrentando também assédio moral coletivo. Funcionários pedindo conta, porque não aguentam a pressão. Estamos ficando sem funcionários, entra dois, três, sai quatro cinco, por causa da situação instalada lá dentro?.
Outro assunto levantado por Paulinho foi o enxugamento na folha de pagamento. ?Hoje, são 200 e poucos funcionários. Só no ano de 2010, entrou e saiu mais de 100 funcionários (sic). Hoje, 60% do corpo de funcionários é novo lá (sic). A Santa Casa está um caos e os funcionários insatisfeitos, revoltados. Aqui a gente deixa um apelo, para essa sensibilização para a comunidade?, solicitou o presidente do sindicato.

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