O banqueiro Daniel Dantas chegou por volta das 16h55 horas desta quinta-feira (10) à carceragem da Polícia Federal, no bairro da Lapa, em São Paulo.
Pouco mais de uma hora antes, Dantas voltou a ser preso em um escritório na Avenida 9 de Julho, também na capital paulista.
Ele foi novamente preso, segundo a PF, por conta de documentos encontrados nas buscas realizadas na terça-feira e do depoimento de uma testemunha, que fortaleceram a ligação entre o preso e a prática do crime de corrupção (suborno) contra um policial federal que participava das investigações.
Segundo o procurador da República Rodrigo de Grandis, a prisão preventiva do banqueiro Daniel Dantas foi baseada em documentos apreendidos durante a operação da PF e nada tem a ver com a primeira prisão. São elementos diversos, novos, que surgiram na tarde de ontem [quarta-feira]. Esses elementos não existiam na primeira decisão do juiz [federal Fausto] de Sanctis, disse, em entrevista coletiva na tarde de quinta-feira.
Depois de ser preso na Av. Nova de Julho, Daniel Dantas seguiu para o Instituto Médico Legal (IML). Por volta das 16h20, em uma Blazer preta com vidros escuros, Dantas deixou o IML, onde fez exame de corpo de delito, em direção à sede da Polícia Federal, onde novamente ficará preso.
Entrevista do advogado
Antes da nova ordem de prisão ter sido divulgada, o advogado do banqueiro Nélio Machado convocou uma entrevista coletiva em que negou o envolvimento de Dantas com a suposta tentativa de suborno de um delegado da Polícia Federal.
Dantas foi preso na terça-feira e havia deixado a carceragem da Polícia Federal (PF) às 5h35 da quinta. Ele e a irmã, Verônica, saíram sem dar entrevistas.
Dantas, a irmã e outros nove funcionários do banco Opportunity foram beneficiados por um habeas corpus concedido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, no final da noite desta quarta-feira (9).
Todos tinham prisão decretada e foram procurados durante a Operação Satiagraha da PF, que investiga desvio de verbas públicas e crimes financeiros. Dois deles não chegaram a ser detidos. Os demais deixaram a carceragem da PF nesta madrugada.
Para o ministro Gilmar Mendes, não havia ?fundamentos suficientes? para justificar a prisão temporária.
Depois de receber as informações da Justiça Federal de São Paulo, o presidente do STF sustentou que a coleta de provas já foi cumprida e que não há hipótese legal para a manutenção da prisão para interrogatório.
?Não há fundamentos suficientes que justifiquem o decreto de prisão temporária dos pacientes, seja por ser desnecessário o encarceramento para imediato interrogatório, seja por nada justificar a providência para fins de confronto com provas colhidas?, destacou Gilmar Mendes.
Gilmar Mendes concedeu um pedido de habeas corpus solicitado pela defesa. Ele tomou a decisão após analisar informações encaminhadas pela 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo sobre a prisão temporária do banqueiro e da irmã e sobre as medidas de busca e apreensão feitas pela PF.

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