Nove pessoas foram presas na manhã desta segunda-feira pela Polícia Federal (PF) em Minas Gerais por participação em uma fraude contra o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). É desse fundo, gerenciado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que saem os recursos destinados ao pagamento de benefícios aos trabalhadores brasileiros inscritos no Programa de Integração Social (PIS), como o seguro-desemprego e o abono salarial.

Um dos presos, segundo a corporação, está construindo uma mansão em Juatuba, na Grande BH, em que foram gastos, só em materiais de construção, cerca de R$ 3 milhões. O prejuízo estimado pela PF com a fraude, que vinha acontecendo desde 2009, chega a R$ 27 milhões aos cofres públicos. Até o momento, não foram verificadas participações de servidores públicos no esquema, segundo o delegado Gilvan de Paula.

Para garantir as fraudes, os golpistas se baseavam em dois caminhos. Um deles era enviar para o Ministério do Trabalho e Emprego informações falsas de empresas em um documento chamado Relação Anual de Informações Sociais (Rais). É pela Rais que as empresas informam ao MTE a lista de empregados e seus salários referentes ao ano anterior. Tem direito ao abono salarial todo empregado inscrito no PIS há mais de cinco anos e que trabalhou de carteira assinada em alguma empresa no último ano.

Depois de garantir a criação de vínculos empregatícios falsos por meio da Rais junto com MTE, os fraudadores também usavam meios para burlar a Caixa Econômica Federal e conseguiam emitir cartões cidadãos em nome de pessoas com as quais haviam criado empregos falsos, a maioria de pessoas que já morreram. Depois disso, eram feitos saques de um salário mínimo, relativos ao abono salarial. De acordo com a PF, cerca de 28 mil vínculos falsos de emprego, geradores do benefício do abono, foram criados e contribuíram para a quadrilha resgatar o dinheiro.

As investigações da PF já duram sete meses e todos os presos serão indiciados por estelionato qualificado entre outros crimes. Duas pessoas não foram encontradas e são consideradas foragidas. A PF também informou que outras cinco pessoas são investigadas, apesar de não terem sido contempladas com mandados de prisão.

A Operação XIV, em alusão ao 14º salário, também cumpriu 33 mandados de busca e apreensão nas cidades de Grão Mogol e Itacarambi (Norte de Minas), Corinto (Região Central), Esmeraldas, Santa Luzia, Juatuba, Ribeirão das Neves e Brumadinho (Grande BH), além de Belo Horizonte. Em um dos endereços, em um hotel na Savassi, na Região Centro-Sul da capital, foram apreendidos 1,3 mil unidades do cartão cidadão emitido pela Caixa, documento necessário para fazer o saque dos benefícios.

(Foto: divulgação Polícia Federal)

 

 

Fonte: Estado de Minas||

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