O presidente do Sindicato dos Eletricitários de Furnas e DME (Sindefurnas), Miguel Ângelo de Melo Faria, fez um alerta sobre “o alto risco de privatização de Furnas” pelo governo de Michel Temer. O alerta foi feito durante o Seminário Regional que tratou sobre o Prognóstico e Plano de Ações do Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande, na sexta passada (4), em Passos, pela Agência Nacional de Águas (ANA) em parceria com o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande (área do GD-7, que corresponde ao Médio Rio Grande). O seminário aconteceu na sede da Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Grande (Ameg).

A fala do presidente do Sindefurnas surpreendeu os participantes do seminário, já que a grande maioria não sabia do risco de privatização de hidrelétricas do Sistema Furnas, inclusive da própria Usina de Furnas. “A privatização de usinas do Sistema Furnas vai prejudicar toda a população, já que o primeiro passo será o corte dos royalties a que os municípios lindeiros têm direito. O segundo passo, que é ainda mais grave, será o controle da água, afetando os setores do abastecimento, da agricultura, da pecuária, da geração de energia e também do turismo”, advertiu Miguel Faria.

Consulta pública

Conforme ele, o atual governo “vem agindo na calada da noite para conseguir seus intentos, prova disso é que pouquíssimas pessoas estão sabendo da consulta pública que trata sobre esse pacote de privatização de várias empresas do setor elétrico, inclusive seis do Sistema Furnas – que são Furnas, Estreito, Marimbondo e Porto Colômbia, estas no Rio Grande, e mais duas: Corumbá e Funil”. Outro sinal nesse sentido é que estão na lista de “privatizáveis” apenas as empresas que foram recentemente modernizadas.

Miguel informou que o Sindefurnas está fazendo o seu papel de alertar a sociedade “sobre o risco de entrega de um patrimônio nacional, que é rentável e que pertence ao povo brasileiro”. Ele disse que o sindicato espera contar com o apoio de entidades como a Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Grande (Ameg), a Associação dos Municípios do Lago de Furnas (Alago), além de outros órgãos e instituições, “para travar essa luta que é de todos, pois todos serão afetados”.

Além de entidades, o Sindefurnas vem mobilizando políticos – como deputados federais e estaduais, prefeitos e vereadores – e lideranças regionais que representam os municípios do Lago de Furnas para que se posicionem contra a privatização das empresas do setor elétrico. A estratégia inclui a realização de um seminário regional, em Furnas, em data a ser definida (provavelmente em setembro próximo). “Temos de esclarecer bem a nossa população sobre as consequências que essa política do governo representa para a sociedade como um todo”, frisou Miguel.

Patrimônio de Minas

O dirigente sindical comentou uma fala do ministro das Minas e Energia, Fernando Coelho, que é da região Nordeste, de que a Chesf não será privatizada, já que é um patrimônio do povo nordestino. “Na mesma linha de pensamento do ministro, podemos dizer também que Furnas não pode ser privatizada, já que pertence ao povo mineiro”, observou Miguel Faria.

Além de Miguel, também participaram do seminário regional da Agência Nacional de Águas mais dois diretores do Sindefurnas: Messias Beirigo e Alexandre Fonseca. Todos os três são integrantes do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande (CBH Grande – área do GD-7).

 

Fonte: Folha da Manhã||

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