As notícias relacionadas aos serviços públicos de saúde na região, não são nada animadoras. Apenas nesse mês de novembro, três fatos tem sido motivo de preocupação para a população.
Não bastassem os problemas no transporte de pacientes para atendimento fora de domicílio, com a quebra de veículos na estrada e a trágica morte do jovem Junio César Rocha, que aguardou por mais de 12 horas por um cirurgião na Santa Casa de Formiga; problema que explicitou o caos que se encontra o atendimento à emergência na cidade; a maternidade do Hospital São João de Deus de Divinópolis foi fechada e a partir deste sábado (15), estarão suspensos todos os atendimentos ambulatoriais na Santa Casa de Misericórdia de Piumhi.

Maternidade do HSJD
A Prefeitura de Divinópolis declarou estado de emergência na área da saúde pública no município, após o fechamento da maternidade do Hospital São João de Deus. O decreto foi publicado no Diário Oficial dos municípios mineiros e é retroativo ao dia 31 de outubro. Segundo o secretário de Saúde, Davi Maia, a medida vai permitir a realização de atendimento de emergência às gestantes sem espera dos ritos normais de resguardo administrativo.
O HSJD é o único hospital credenciado ao Sistema Único de Saúde (SUS) em Divinópolis e é referência regional em partos de alto risco. O decreto fica em vigor por 180 dias e poderá ser renovado depois do prazo.
O serviço na maternidade foi suspenso no dia 1º deste mês pela falta de profissionais. O hospital afirma que está preparado para receber pacientes, gestantes e parturientes, mas também ressalta que faltam obstetras. A unidade atende 55 municípios na região Centro-Oeste.
Segundo o superintendente Afrânio Emílio Carvalho Silva, no quadro de funcionários constam apenas 15 profissionais, quando o ideal seriam 21 médicos. Ele ainda garante que novos profissionais estão sendo contratados. Por falta de obstetras, um parto chegou a ser feito pelas enfermeiras do hospital no dia 3 deste mês.
Finanças
Além da falta de profissionais, o hospital ainda enfrenta uma dívida que está em torno de R$ 120 milhões. Apesar dos problemas, Afrânio afirma que a dívida não interfere na maternidade, pois há dificuldades em contratar médicos especializados. Ele ainda ressaltou que uma parceria foi realizada com outros hospitais da cidade para que as grávidas possam ser encaminhadas e atendidas.
Pelo acordo estabelecido com a unidade credenciada pelo SUS, o Hospital São João de Deus continua sendo a porta de entrada de todas as parturientes, onde são avaliadas clinicamente e, nos casos específicos, encaminhadas para hospitais de retaguarda da rede privada já contratados pelo município, dentre eles os Hospitais Santa Lúcia e Santa Mônica.
Na quinta-feira da semana passada (5) foi realizada uma reunião com os representantes do hospital e da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) de Divinópolis, que definiram um novo plano para atendimento às gestantes. O objetivo é regularizar e organizar o atendimento obstétrico enquanto não é concluída a nova escala de médicos da especialidade. Segundo o hospital, será montada uma estrutura de fluxo operacional para garantir o serviço.

Santa Casa de Piumhi
Em comunicado fixado na entrada da Santa Casa da cidade de Piumhi a má notícia: O único hospital da cidade, a partir deste sábado (15), não realizará mais atendimentos ambulatoriais das clínicas especializadas (obstetrícia, pediatria, ginecologia, cardiologia, cirurgia geral e ortopedia). Ainda segundo do comunicado, os atendimentos de urgência e emergência serão mantidos.
A suspensão é devido ao atraso de meses dos pagamentos dos profissionais que entrarão em greve. Os repasses em atraso são provenientes do governo estadual e da União.
Nos próximos dias, será agendada uma reunião que definirá o futuro da Santa Casa de Misericórdia de Piumhi. Uma das propostas apresentadas para solucionar o problema é a transferência da gestão do hospital para o município.

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