Produtores rurais da região de Piumhi vão marcar presença na grande mobilização em Brasília na terça-feira (5), liderada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), pela votação urgente do substitutivo do deputado federal Aldo Rebelo/PCdoB ao Código Florestal Brasileiro. Numa iniciativa da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG), caravanas em direção à capital federal vão sair dos municípios regionais na próxima segunda-feira para participar do manifesto na terça.
Na mobilização, são esperados cerca de 15 mil produtores de todo o país. Produtores rurais de Formiga também devem participar da manifestação, a exemplo do que ocorreu durante uma mobilização no ano passado.
A FAEMG faz projeção de 2 mil participantes mineiros em Brasília. Os principais municípios da região se mobilizam por meio dos Sindicatos de Produtores Rurais e cooperativas.
Em Piumhi, o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, Rafael Alves Tomé, o Juninho Tomé, informou que um ônibus com 50 pessoas está confirmado para sair da cidade na noite de segunda-feira (4) rumo à capital federal. São produtores de Piumhi, Capitólio e São Roque de Minas.
?Podemos encher um outro ônibus com mais 25 pessoas?, adiantou Juninho Tomé. ?Os produtores esquecem de fazer barulho e movimentação. Estamos nos mobilizando para mostrar nossa importância nesse processo do Código Florestal e queremos produzir com preservação?, afirmou o dirigente.
Ele enumera os pontos mais importantes para o produtor nesta causa. ?Precisamos beneficiar os pequenos produtores na questão da reserva legal nas propriedades com até 4 módulos fiscais e respeitar as propriedades rurais já consolidadas, que é um direito adquirido?, avaliou.
Para a viagem, o sindicato contou com apoio da Prefeitura de Piumhi, Cooap (Cooperativa Agropecuária de Piumhi), Coopiumhi (Cooperativa de Cafeicultores de Piumhi), Sindicato dos Produtores Rurais de São Roque de Minas e da Coocanastra (Cooperativa da Região da Serra da Canastra).
Até sexta-feira (1º) já estava confirmada a saída de dois ônibus de Passos com cerca de 80 produtores no dia 4 de abril, às 17h30. A organização é do Sindicato dos Produtores Rurais de Passos, que ainda espera que mais de 90 pessoas participem da manifestação em Brasília. Como informou a entidade, os produtores do município estão engajados e interessados na mobilização.
Da Cooparaiso (Cooperativa Regional de Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso), um ônibus com 50 pessoas também sai no início da tarde da segunda-feira para chegar à Brasília na terça de manhã. O educador cooperativista da Cooparaiso, Ilson José Aparecido, contou que vão produtores de São Sebastião do Paraíso e outras cidades da região, como Jacuí, São Tomás de Aquino, Itamogi e Pratápolis.
?Com esta mobilização, queremos sensibilizar os políticos e a mídia que o produtor está disposto a regulamentar o Código Florestal, mas sem prejuízo em termos de sobrevivência do produtor e da família rural. A tendência é adequar o desejo ambientalista com o produtivo para ter a sustentabilidade?, disse Ilson.
Ele lembrou que todos os produtores passam por um momento difícil devido às chuvas dos últimos meses, com colheitas atrasadas e perdas nas propriedades. ?Mesmo assim, fazemos questão de participar da manifestação para mostrar que temos interesse, mas todos têm cobrado muito do produtor?, completou.
Outra cidade em que houve engajamento para a mobilização foi Cabo Verde. O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, Jerônimo Giachhetta, confirmou que um ônibus com 40 pessoas vai sair do município depois das 16h na segunda-feira. A ida até Brasília foi organizada juntamente com a Cooxupé (Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé), considerada a maior cooperativa de café do mundo.
?É importante levar os produtores em manifestações como essas. Queremos mostrar aos deputados a necessidade da reforma no Código Florestal Brasileiro. Para a região, é importante liberar as áreas de preservação que já estão ocupadas?, afirmou Jerônimo.

Modificações
O Código Florestal Brasileiro, em vigor desde 1965 e que sofreu modificações ao longo dos anos, não atende à realidade de um Brasil que está se tornando líder mundial do agronegócio. Para os produtores, o Código contém dispositivos que restringem a produção agropecuária, como a Reserva Legal de 20% nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, onde 90% são pequenas propriedades.
Na sua versão original, o Código Florestal estabelecia uma área de preservação permanente que foi sendo modificada ao longo dos anos pela legislação. O substitutivo do deputado Aldo Rebelo não é o Código Florestal ideal, mas as modificações sugeridas já melhoram a situação dos produtores.
Uma delas é a desobrigação da Reserva Legal de 20% as propriedades com até 4 módulos fiscais, contudo, a mata ciliar existente não será suprimida. No dia 5 de abril, a reforma no Código Florestal Brasileiro provavelmente não estará na pauta de votação no Congresso. A manifestação é para mostrar aos deputados a necessidade de mudar o Código que trouxe prejuízos para os produtores.
Além disso, vence em 11 de junho de 2011 o prazo dado pelo decreto nº 7.029/09 para que os proprietários rurais averbem suas Reservas Legais para não serem autuados pelos órgãos ambientais.
Confira a programação divulgada pela CNA e FAEMG para a mobilização no dia 5 de abril em Brasília:

10h às 11h – Missa campal
11h às 13h – Discursos e shows regionais
13h às 14h – Almoço
14h30 às 16h30 – Grande abraço dos participantes ao Congresso Nacional e visita à Casa
19h – Retorno aos Estados de origem.

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