O professor Me. Lucas Chaves Mascarenhas defendeu, no mês de setembro, a sua dissertação “Ações Emancipatórias e o Programa Bolsa Família no Município de Formiga/MG”.

O Mestrado foi realizado na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) campus Divinópolis, na Área de Concentração / Linha de Pesquisa: Desenvolvimento Regional / Inclusão Social.

O professor explicou que a pesquisa teve como objeto de estudo um grupo de mulheres que, nos anos de 2011 e de 2012, fizeram um curso de qualificação profissional de corte e costura industrial, sendo todas beneficiárias do Programa Bolsa Família (PBF). Ele disse que a partir desse universo buscou-se aferir se a qualificação profissional havia emancipado esse grupo e se a qualificação profissional funcionou como porta de saída do PBF.

“Ainda pelo fato de haver certo nível de desconfiança a programas de transferência de renda, atribuindo aos seus beneficiários um ‘efeito preguiça’, investigou-se tal tendência através de entrevistas e análise da realidade fática atual”, contou.

O pesquisador foi membro do Conselho Municipal da Assistência Social (CMAS) de Formiga e chegou a ser presidente no período de oferta dos cursos. Ele disse que não foram poucos os comentários a respeito da negativa das formandas em formalizarem a relação de serviço para não perderem o benefício.

“Para tal desiderato, a investigação passou pela análise da evolução dos programas de transferência de renda no Brasil, pelos conceitos de pobreza e emancipação, levantamento de dados e entrevistas semiestruturadas”, pontuou.

Lucas revelou que ao final foi verificada que a oferta de cursos de qualificação, como mecanismo ejetor dos beneficiários do PBF, para emancipação plena ao status de cidadão, deve vir acompanhada do envolvimento de todos os atores que possam propiciar maior eficácia.

“Quase a metade das entrevistadas não recebe mais o benefício do PBF, mas não se pode afirmar que isso se deve à qualificação, pois somente 13% delas trabalham na área da qualificação ofertada. Todas estariam dispostas a participarem de outros cursos, com preferência para aqueles que lhes capacitem para atividades autônomas, como o próprio corte e costura, como também cabeleireira e manicure”, concluiu.

Nova etapa

Lucas Mascarenhas leciona no Unifor-MG no curso de Direito nas disciplinas Direito Tributário e Direito Previdenciário. Já na graduação em Marketing ministra aulas de Direito Empresarial. Também é orientador em Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC). Sobre o Mestrado, o docente ressaltou que a atuação na área acadêmica exige contínuo aperfeiçoamento do profissional de ensino.

“O Mestrado foi uma oportunidade de aprofundamento em alguns temas de relevância social, como o debate dos programas de transferência de renda, da pobreza, da emancipação à condição do exercício pleno da cidadania, como também o estudo de propostas que possam viabilizar a saída dos beneficiários do programa assistencial, não por simplesmente ‘sair’, mas por alcançar patamar de vida digna, tão propalada e prevista na nossa Constituição”, considerou.

De acordo com o professor, o Unifor-MG foi parceiro em todas as etapas do Programa de Mestrado, tanto no suporte financeiro, através de bolsa, quanto na disponibilização de estagiários do curso de Serviço Social, atuantes no Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ), que fizeram as entrevistas em campo.

“O resultado é o crescimento da instituição de ensino, ao agregar mais um profissional com a qualificação de mestre ao seu corpo docente, bem como ter mais um fiel e qualificado aliado na proposta de promover ensino de qualidade aos seus alunos”, afirmou.

(Foto: divulgação Unifor-MG)

 

Fonte: Unifor-MG ||

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