A continuidade do programa Minha Casa, Minha Vida já é preocupação de muitas construtoras focadas no público de baixa renda. É que desde dezembro de 2008, o valor máximo dos imóveis que podem ser financiados pelo programa ainda não foi reajustado.
A queixa mais frequente das construtoras é que houve aumento dos gastos para a construção dos empreendimentos nos últimos três anos e os terrenos ficaram mais caros. Para o mercado, esses são os principais entraves que, se não forem corrigidos, ameaçam a oferta dos imóveis com preços adequados ao Minha Casa, Minha Vida.
As adaptações precisam passar pelo governo que estuda o caso. Mas a aprovação precisa passar pelo Congresso Nacional, por meio de projeto de lei.
O diretor da construtora Rossi, Rodrigo Martins, defendeu a reavaliação dos valores. Durante todo o programa, até hoje, os preços estão congelados. Esperamos que os critérios sejam definidos pelo menos até o ano que vem, disse Rodrigo Martins.
Para a construtora Plano & Plano, a falta de reajuste nas faixas de renda do programa também pode prejudicar o andamento do programa. Existem algumas limitações. A atualização da referência do salário mínimo, que não foi readequado nesta nova versão do programa, é outra questão que inviabiliza projetos para atender a forte demanda, disse o diretor de incorporação da construtora, Rodrigo Luna.
Segundo o diretor da construtora Altana, Frederico Azevedo, o aumento nos preços dos terrenos também preocupa. Até o fim do ano é possível continuar oferecendo os imóveis por esses preços. Depois, vai ficando mais complicado, disse.
Para o vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, José Carlos Martins, uma das soluções seria uma limpeza nas taxas acabando com algumas cobranças burocráticas ainda existentes.
Programa Minha Casa Minha Vida está ameaçado
Desde 2008, o valor máximo dos imóveis dentro do programa não foi reajustado.