Quatro jovens que participam do programa Primeiro Emprego da cidade de Divinópolis, intitulado Pró-Adolescente, estiveram em Formiga nesta segunda-feira (13), acompanhados do coordenador do programa, Randal Wender Pereira, e da secretária executiva do Conselho Municipal de Assistência Social, Luciana Maria de Araujo. Eles fizeram uso da palavra na Tribuna da Câmara Municipal, para explicarem sobre o projeto.
Segundo Randal Pereira, são atendidos atualmente 100 adolescentes de 16 a 18 anos de idade, de famílias de baixa renda. Eles trabalham em diversos órgãos públicos em Divinópolis, em várias funções. A jornada de trabalho é de quatro horas diárias, sendo que, durante três horas, eles executam serviços de rotina e uma hora se dedicam a projetos como cursinho pré-vestibular; grupos de leitura; cursos profissionalizantes; dentre outras atividades.
Os jovens que participam do programa recebem um salário de R$250 por mês, são registrados na carteira, têm direito a férias e 13º, além de receberem vale transporte e plano de saúde no valor de R$20 a mensalidade. O valor gasto com o projeto é de R$53 mil por mês, sendo recursos próprios da Prefeitura. Existe a parceria do Grupo Educação, Ética e Cidadania (GEEC),uma organização não governamental (ONG).
Como ressaltou Randal Pereira, 80% dos jovens que passam pelo programa conseguem atingir uma segunda oportunidade de trabalho. Eles passam a ter condições de disputar de igual para igual no mercado de trabalho.
Flávia Martins Nunes tem 17 anos e é coordenadora de telemarketing do Lar das Meninas, em Divinópolis. Ela diz que, com o programa, é possível melhorar a produtividade na escola e ter mis oportunidades de emprego com carteira assinada. ?O mercado exige capacitação, assim, fica mais fácil para conseguir um segundo emprego? , afirma.
Para Diego Fernandes de Oliveira, de 17 anos, office-boy do Projeto Arueira, é gratificante mostrar que os adolescentes podem trabalhar e produzir como qualquer pessoa. Ele comenta que, se for implantado o programa Primeiro Emprego em Formiga, será um ganho para a cidade e para os adolescentes.
Jefferson Mesquita, de 17 anos, é agente administrativo na Secretaria Adjunta de Administração. Em apenas sete meses de programa, ele avalia como positivo. ?O objetivo é inserir os jovens no mercado de trabalho com mais grau de responsabilidade. O programa faz acompanhamento escolar, rodas de leitura, preparação para vestibular. Visa a vida do adolescente, desde atendimento psicológico até ajuda financeira? , comenta.
Com apenas 16 anos de idade, Thalita Rosa Ribeiro dos Reis é auxiliar administrativo no Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região do Vale do Itapecerica (Cisvi) e ajuda a família nas despesas do mês. ?Não é só emprego que a gente tem, a gente tem amigos, não tem eles como patrões, fazem até papel de pais? , ressalta a adolescente, ela ainda alertou que o mercado cobra experiência mais não dá oportunidades de adquiri-la.
A secretaria executiva, Luciana Araujo, salienta que o programa trabalha o adolescente na sua integralidade, não é somente um primeiro emprego, pois preocupa-se com a formação pessoal e profissional dele. ?Tenta transformar os adolescentes em protagonistas de suas próprias vidas? . Ela enfatiza que os participantes têm que estar matriculados na escola.
Randal Pereira destacou que o programa Pró-Adolescente ficou em nono lugar no país em uma classificação de programas de empregabilidade do governo federal, perdendo apenas para grandes capitais do país. O grupo de Divinópolis veio a Formiga a convite do vereador José Geraldo da Cunha (Cabo Cunha/PMN), a fim de que o município possa seguir o exemplo e implantar o projeto na cidade.

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