Os cientistas Patrick L. Hill, da Universidade Carleton, e Nicholas A. Turiano, da Universidade de Rochester de Nova York, estudaram a influência de se ter um objetivo na vida como um indicador de envelhecimento saudável, incluindo o seu potencial para reduzir o risco de mortalidade.

Estudos anteriores sugerem que encontrar um propósito para a vida pode adicionar anos a ela. De fato, descobriram que adultos mais velhos com propósito experimentam um risco de mortalidade menor (Krause, 2009), mesmo quando compensam os preditores conhecidos de longevidade (Boyle, Barnes, Buchman e Bennett, 2009). Além disso, esses benefícios não são específicos de uma cultura, pesquisas anteriores demonstraram efeitos semelhantes de um senso de “ikigai”, ou uma “vida digna de ser vivida”, em uma amostra japonesa (Sone et al., 2008). No entanto, esses estudos concentraram-se em adultos de meia-idade tardia (todas as amostras tinham idades médias maiores que 60 anos), deixando a necessidade de determinar se um efeito semelhante pode ser encontrado entre os adultos mais jovens.

Pesquisar os benefícios do objetivo na vida na longevidade é muito importante. Primeiro, as pessoas enfrentam riscos de mortalidade muito diferentes ao longo da vida adulta, e é incerto se o objetivo serve para ajudar a proteger os indivíduos contra o risco de mortalidade precoce. Em segundo lugar, com o início da aposentadoria, surgem riscos crescentes para a saúde (Moon et all, 2012) e, portanto, o objetivo pode ser mais benéfico mais tarde na vida, combatendo a perda da estrutura e organização da vida que o emprego proporciona. Terceiro, ter um propósito sugere que alguém se comprometeu com um conjunto de objetivos claros para a vida (por exemplo, Hill et all, 2010; McKnight & Kashdan, 2009), e o conteúdo ou o caráter dos objetivos das pessoas difere com a idade e a quantidade de tempo percebida como restante na vida (por exemplo, Lang e Carstensen, 2002). Portanto, é importante examinar se o objetivo tem benefícios de longevidade semelhantes antes e depois dessas alterações relacionadas à idade nas estruturas de objetivos.

Para verificar se o objetivo de vida oferece benefícios de longevidade semelhantes para adultos jovens, de meia-idade e mais velhos, examinou- se os dados das amostras nos Estados Unidos (MIDUS). Este estudo contribuiu porque demonstrou não só a influência do objetivo de vida, mas que um objetivo maior prediz maior longevidade na idade adulta. E como utilizaram uma amostra mais representativa, incluindo uma faixa etária maior que trabalhos anteriores, conseguiram maior generalização.

Segundo, os cientistas mostraram que os benefícios do objetivo são independentes de outros indicadores de bem-estar psicológico e afetivo, o que ressalta o papel único que o propósito pode desempenhar na influência da longevidade. Descobriram ainda que manter um forte objetivo na vida pode ser tão importante nos mais jovens quanto nos mais velhos. E os benefícios do objetivo não dependem de estar ou não aposentado.

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