A proposta de limitar as reeleições sucessivas de deputados federais e senadores desagrada a maior parte dos que hoje ocupam os cargos. Entre os parlamentares, corre a tese de que não deve haver barreiras legais ao mandato, devendo a vontade do eleitor ser o único critério para a recondução dos políticos.
A polêmica cresceu depois que os militantes do PT aprovaram, no seu congresso nacional, uma mudança no estatuto para impedir que vereadores e deputados petistas assumam mais do que três mandatos consecutivos e senadores, mais do que dois.
A proposta causa arrepios até mesmo em parlamentares do PT, que trataram de bombardear a iniciativa. Mas é no Senado, Casa reconhecida pela longevidade de seus membros, que o assunto gera mais controvérsias. Somente 33 dos 81 senadores estrearam no mandato em 2009 – uma renovação de pouco mais de 40%. A maioria dos mandatários está na função há pelo menos duas legislaturas. Na Câmara, as eleições de 2010 promoveram a troca de 238 dos seus 513 integrantes – renovação de 46%. Grande parcela dos deputados ocupa a cadeira há pelo menos dois mandatos.
No PT, o principal defensor do dispositivo que proíbe parlamentares de se perpetuarem é o deputado federal Reginaldo Lopes. A limitação dos mandatos, na visão dele, faz parte de uma proposta de reforma política que requer o sistema de votação em listas fechadas e o financiamento público de campanha. A limitação dos mandatos é uma forma de garantir que as agremiações troquem os nomes que vão fazer parte da lista. Ele sabe, porém, que a iniciativa dificilmente germinará em outros siglas. Vou apresentar um projeto de lei, mas o PT tem que dar exemplo.
Já o líder do PT no Senado, Humberto Costa, considera que a determinação do partido não pode ser maior que a vontade do eleitor. Para ele, a vedação a sucessivas reeleições tem a alternância como ponto positivo, mas não se pode impedir a continuidade de um bom trabalho.

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