Não se pode afirmar, com certeza, todas as consequências econômicas da pandemia do coronavírus, mas o futuro depende de como enfrentamos a doença e cuidamos do povo e das empresas.

Os governos agem suprir a renda das pessoas e das empresas, devido a paralisia do ambiente econômico. Especificamente, deve-se prover maior atenção ao auxílio para as camadas mais vulneráveis, pois essas têm menores recursos para absorver a paralisia econômica e sentem mais os efeitos da crise.

Diversos países formularam programas de renda mínima para a sua população. O Brasil adotou esse caminho e no dia 02.04, sancionou a Lei 13.982, para instituir o auxílio emergencial de 600 reais mensais, em caráter de proteção social temporária.

Pela lei, para a concessão do auxílio exige-se ser o beneficiário maior de 18 anos, exceto mães adolescentes; não ter emprego formal; não ser titular de benefício previdenciário, seguro-desemprego ou programa de transferência de renda, exceto o Bolsa Família (onde prevalece o mais vantajoso); ter renda familiar mensal per capita de até ½ salário mínimo ou renda familiar mensal total de até 3 salários mínimos; em 2018 ter recebido rendimentos tributáveis de até R$ 28.559,70; exercer atividade como microempreendedor individual, contribuinte individual do Regime Geral de Previdência Social, trabalhador informal. O recebimento do auxílio está limitado a duas pessoas da mesma família. A mulher provedora de família monoparental receberá duas cotas do auxílio. O pagamento do auxílio será pago em três prestações mensais.

Passada a fase aguda da crise, os mais vulneráveis necessitarão de mais auxílio e o governo terá de articular para prover ajuda.

No Brasil a entrega do auxílio foi caracterizada por diversas dificuldades.

Os pedidos para recebimento do auxílio são feitos via digital, mas muitos usuários não têm recurso físico (computador, smartphone) ou têm dificuldades de uso dos aplicativos. Apesar do governo atual se mover ao sabor do seu público digital (redes sociais), as classes menos favorecidas não detém o seu pleno uso.

Também, assim, como outras áreas afetas à pandemia, faltou coordenação do governo federal e com os Estados, Municípios e organizações não governamentais para auxiliar os usuários, dirimir dúvidas e solucionar pendências (falta de Cadastro de Pessoa Física, CPF, usuário sem conta corrente, etc.). Com isso tivemos aglomerações nas portas da Caixa Econômica.

Além disso, o calendário de pagamentos teve escala com poucos dias, e isso facilitou aglomerações e tornou esses locais propícios à disseminação doença, salvo os locais em que o Município auxiliou na organização das filas. O pagamento do auxílio emergencial é mais um exemplo da falta de articulação, de diálogo e entendimento dos entes federativos no Brasil no enfrentamento do coronavírus, onde cada um toma ações de acordo com os seus interesses, muitas vezes conflitantes.

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