Um usuário da Unidade Básica de Saúde de Formiga, que mensalmente recebe medicamentos para o tratamento de hipertensão teve uma surpresa ao observar a data de validade do remédio, entregue na última semana de abril, na residência dele, por uma agente comunitária de saúde.
Na embalagem do Cardivita 25mg, que tem como substância ativa a losartana potássia, constava que a validade do medicamento espirava em abril de 2013. Com 28 comprimidos e o mês de maio pela frente, o usuário que fez a denúncia, optou por não se identificar, não foi informado se existia uma margem de segurança para o uso do remédio, e, logicamente, deixou de usá-lo.
O jornal entrou em contato com a Secretaria de Saúde. Por telefone, a farmacêutica Suely Mezêncio, que até o dia 2 de maio era supervisora da Farmácia Municipal, cargo agora ocupado por um administrador, informou que havia ocorrido um erro, mas que existe uma margem de segurança de até 6 meses para o uso de qualquer medicamento, após seu vencimento.
Discordando da posição da farmacêutica, o secretário de Saúde, Rafael Tomé convidou a redação do jornal a comparecer na sede da Secretaria de Saúde, para melhor esclarecer o fato. Além do secretário, estiveram presentes, a adjunta Maria Inês Macedo e a farmacêutica, Suely Mezêncio, que apresentou um informativo científico para comprovar o acerto de sua afirmação, quanto a margem de segurança para o uso dos medicamentos fora do prazo de validade. Já o secretário, deixou claro que houve um erro grave e que é importante tomar ciência do fato para estabelecer ações que impeçam que isso se repita, pois ele, jamais faria uso de qualquer medicamento após o vencimento previsto na embalagem.
A coordenadora das enfermeiras, Marinês Tomé, que esteve presente em alguns momentos do encontro, explicou que não é função de agente comunitário de saúde entregar medicamentos ?Isso é um favor que nós fazemos ao usuário. Só é obrigatório em caso de pacientes acamados?. A enfermeira explicou ainda que não é responsabilidade nem da enfermeira do posto, nem do agente comunitário inspecionar os medicamentos e sim de um farmacêutico.
Suely Mezêncio informou ainda que na gestão passada, essa inspeção era feita com regularidade e deverá ser retomada. ?De período em período nós visitávamos todos os Postos de Saúde para verificar medicamento por medicamento, isso dava muito certo?. A farmacêutica disse que uma nova lei determina que até julho, cada Unidade Básica de Saúde tenha um farmacêutico.
O secretário de Saúde, por sua vez, disse que não aprova o uso de medicamentos vencidos por nenhum cidadão. ?Eu espero que isso não aconteça mais. A Secretaria de Saúde, mesmo sabendo sobre essa margem de segurança, não apóia o uso dos medicamentos fora do prazo de validade,? encerrou o secretário.

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