Quase 30% da população mundial ? mais de 2,1 bilhões de pessoas ? fazem parte do preocupante quadro de obesidade, segundo estudo publicado nessa quinta no periódico ?The Lancet?. Dessas, 62% estão nos países em desenvolvimento. Para Christopher Murray, diretor do Instituto de Avaliação da Saúde da Universidade de Washington, que analisou dados sobre 188 países, ?a obesidade é um problema que atinge todo mundo, não importando qual é sua renda ou o lugar onde se vive?.
Com 160 milhões de pessoas afetadas pela doença, os Estados Unidos são o país com mais obesos ou em sobrepeso do mundo, à frente de China, Índia, Rússia, Brasil e México.
Nos países em desenvolvimento, se a obesidade continua uma condição excepcional em alguns países da África como Burkina Faso ou Chade, outras nações do Oriente Médio, América Latina ou Oceania já ultrapassaram os países ocidentais.
Segundo a France Presse, esse é o caso de Egito, Líbia, Arábia Saudita, Omã, Bahrein e Kuwait, onde o sobrepeso e a obesidade tiveram um aumento brutal, atingindo 70% das mulheres com mais de 20 anos.
A mesma tendência é encontrada em países da América Latina (México, El Salvador, Costa Rica, Honduras, Chile e Paraguai) e sobretudo nos pequenos países do Pacífico (ilhas Tonga, Kiribati ou Samoa), onde as taxas ultrapassam os 80% tanto nas mulheres quanto nos homens com mais de 20 anos.
Não somente há mais pessoas em sobrepeso, como essa condição aparece cada vez mais cedo. Entre 1980 e 2013, o número de crianças ou adolescentes obesos ou em sobrepeso no mundo aumentou 50%.
A condição atinge atualmente 22% das meninas e 24% dos meninos nos países desenvolvidos, e cerca de 13% das crianças dos dois sexos nos países em desenvolvimento, com uma alta considerável no Oriente Médio e no norte da África, mas apenas entre as meninas.
Para Marie Ng, pesquisadora que coordenou o estudo, ?esse aumento é muito preocupante (…) à medida que a obesidade infantil pode ter graves consequências na saúde, especialmente nas condições cardiovasculares, no diabetes e no desenvolvimento de câncer?.
Perda de peso em qualquer idade pode trazer benefícios
Outra pesquisa publicada recentemente na revista médica ?The Lancet Diabetes & Endocrinology? aponta que a perda de peso em qualquer idade na vida adulta pode levar a benefícios vasculares e cardíacos a longo prazo.
Os achados são de um estudo que examinou o impacto do estilo de vida sobre os fatores de risco cardiovasculares em um grupo de homens e mulheres britânicos, acompanhados desde seu nascimento, em 1946.
O acompanhamento dessas pessoas mostrou que a maior exposição ao excesso de gordura corporal aumenta os problemas cardiovasculares. Mas, pela primeira vez, os dados também apontaram que quem ?desce? um nível na escala do Índice de Massa Corporal (IMC) ? de obeso para sobrepeso, por exemplo ? em qualquer momento da vida adulta, mesmo que o peso seja recuperado depois, pode reduzir os problemas cardiovasculares no futuro.
Cálculo
O sobrepeso é caracterizado por um índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 25 e menor que 30. A obesidade caracteriza-se por IMC maior ou igual a 30.

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