O ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, se manifestou em suas redes sociais, neste sábado (18), sobre a demissão do agora ex- secretário de Cultura, Roberto Alvim. O ministro disse que foi “fantástica, e até emocionante” a reação “da nação como um todo ao infeliz resgate de pensamentos nazista”. Veja o texto publicado pelo general:

“Fantástica, e até emocionante, a reação de intelectuais, artistas, historiadores, professores, estudantes, militares e da nação como um todo, ao infeliz resgate de pensamentos nazistas.Mostra uma face da convicção e do apego de nosso povo à democracia e às liberdades individuais”, publicou o ministro.

Na última quinta-feira (16), Roberto Alvim fez um discurso semelhante ao do ministro da Propaganda de Adolf Hitler na Alemanha Nazista, Joseph Goebbels, antissemita radical e um dos idealizadores do nazismo. Após várias manifestações de repúdio e críticas feitas ao conteúdo do vídeo, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a exoneração do secretário.

Veja outras reações ao vídeo de Alvim:

Davi Alcolumbre, presidente do Senado, afirmou, na última sexta-feira (16): “Descabido e infeliz pronunciamento de assombrosa inspiração nazista do secretário de Cultura, Roberto Alvim. Como primeiro presidente judeu do Congresso nacional, manifesto veementemente meu total repúdio a essa atitude e peço seu afastamento imediato do cargo. É totalmente inadmissível, nos tempos atuais, termos representantes com esse tipo de pensamento. E, pior ainda, que se valha do cargo que eventualmente ocupa para explicitar simpatia pela ideologia nazista”.

O ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), disse: “Há de se repudiar com toda a veemência a inaceitável agressão que representa a postagem feita pelo secretário de Cultura. É uma ofensa ao povo brasileiro, em especial à comunidade judaica”.

Augusto Aras, procurador-geral da República (PGR), declarou: “A única ideologia política admissível no Brasil é a democracia participativa, que tem como princípio fundante a liberdade de expressão. Ideias nazifascistas são totalitárias e destroem a democracia, daí porque, nesta excepcionalidade, a liberdade de expressão pode ser relativizada”.

A embaixada da Alemanha no Brasil afirmou: “O período do nacional-socialismo é o capítulo mais sombrio da história alemã, trouxe sofrimento infinito à humanidade. A Alemanha mantém a sua responsabilidade. Opomo-nos a qualquer tentativa de banalizar ou mesmo glorificar a era do nacional-socialismo”.

A Confederação Israelita do Brasil disse: “O Brasil, que enviou bravos soldados para combater o nazismo em solo europeu, não merece isso. Uma pessoa com esse pensamento não pode comandar a cultura do nosso país e deve ser afastada do cargo imediatamente”.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) disse que Alvim fez “referências claras a uma pessoa que promoveu o genocídio, a divisão racial” e que “a cultura brasileira não pode conviver com quem tem pensamento vinculado ao passado sombrio da história da humanidade”.

Reações dos artistas

Zélia Duncan, cantora

“Definitivamente o fracasso subiu à cabeça do patético encarregado da falta de Cultura, Roberto Alvim…ator canastrão, diretor fracassado, encontrou nesse governo desafinado e brega, seu frágil êxtase nazista-fetichista. Faltou o bigode, pro fã do crime aparentar melhor com o ídolo”.

“A trilha utilizada pelo nazi brasuca é Wagner. Artista utilizado por Hitler, para exaltar a raça ariana, os brancos ‘puros’. Wagner era antissemita, não gostava de judeus. O circo de Alvim é lamentável e criminoso, se fôssemos um país direito, ele seria preso.”

Luciano Huck, apresentador

“Sou brasileiro de família judia. 6 milhões de judeus morreram por causa do nazismo. O holocausto é um fato histórico. Usar a Cultura p/ fazer revisionismo histórico é perverso e violento. O vídeo do secretário Roberto Alvim é criminoso. Revela uma conduta autoritária inaceitável”

Luciano Huck, apresentador

“Sou brasileiro de família judia. 6 milhões de judeus morreram por causa do nazismo. O holocausto é um fato histórico. Usar a Cultura p/ fazer revisionismo histórico é perverso e violento. O vídeo do secretário Roberto Alvim é criminoso. Revela uma conduta autoritária inaceitável”

José de Abreu, ator

“Um doente, precisa de psiquiatra”.

Gregório Duvivier, ator e humorista

“Frase nazista atitude nazista e música nazista levam internautas a pensar que Roberto Alvim é nazista”.

Mika Lins, atriz e diretora teatral

“O secretário parafraseou Goebbels. Interpretou o personagem no pronunciamento com Wagner de trilha sonora e tudo. Não achem que não há um objetivo nisso. Só não vai dar pra dizer depois que esse governo passar que isso era um ‘experimento teatral’. Que esteve ali infiltrado.”

 

Fonte: Matéria do G1||https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/01/18/reacao-a-video-com-referencia-nazista-mostra-apego-a-democracia-e-as-liberdades-individuais-diz-ministro-heleno.ghtml
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