A reforma ministerial desenhada pela presidente Dilma Rousseff afetará mais de um quinto dos cargos de livre nomeação do governo federal, um dos que mais possuem esse tipo de funcionário no mundo. De acordo com a ?Folha de S. Paulo?, estão abrigados e sujeitos à troca cerca de 5.100 cargos do tipo Direção e Assessoramento Superiores (DAS) nas oito pastas em que a saída do titular é praticamente certa em função das eleições de outubro.
Ao todo, o Executivo federal conta com 22,6 mil cargos DAS ocupados, segundo dados de outubro. Isso representa, em média, um em cada 26 servidores civis, mas as proporções podem ser muito maiores dependendo da pasta.
Entre os ministérios que passarão em breve por uma troca de comando, o maior número de nomeados, 1.925, está na Saúde de Alexandre Padilha, que deixará o posto para concorrer ao governo de São Paulo pelo PT. Trata-se de 3,5% do quadro de pessoal do ministério, uma parcela não desprezível, ainda mais porque é composta por cargos estratégicos.
Proporcionalmente, o ministério com maior número de DAS é o do Turismo: são 233, o equivalente a 44,7% do efetivo. O titular, Gastão Vieira (PMDB-MA), deve tentar um novo mandato a deputado federal. Contudo, em termos absolutos, a pasta com o segundo maior número de comissionados, atrás apenas da de Saúde, é a de Desenvolvimento Agrário: quase mil.
Dúvidas
Dilma deve concluir a reforma ministerial no início de fevereiro. Ela já deu início às tratativas com seu principal aliado, o PMDB, e com o PT, mas as trocas seguem indefinidas. A petista deve tomar as últimas decisões quando voltar do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, nesta semana.
Reforma ministerial vai atingir 5.000 cargos em comissão
Pelo menos oito pastas mudarão de comando até março.