Haverá turbulência na campanha eleitoral deste ano. A Lava Jato fragmentou reputações, acuando políticos que se apegam ao foro privilegiado e querem permanecer impunes. Há inúmeros interesses em jogo, enquanto os cidadãos buscam um supercandidato, ignorando as experiências com Jânio Quadros e Fernando Collor, que agravaram a crise político-econômica. Propostas demagógicas são inevitáveis, bem como guerra de informações para iludir o eleitorado.

Este se sensibiliza com as promessas de combate à corrupção, mas esse problema não é o único. Há outros que devemos reconhecer para analisar quem está capacitado para ser presidente.

A honestidade é condição indiscutível para assumir o cargo máximo da República, bem como qualquer outro posto. Devemos exigir também experiência como gestor para conduzir bem o Estado brasileiro.

Não basta prometer educação, saúde e segurança. Isso é muito vago para que possamos conferir se o candidato dará importância a questões como atualização do conteúdo programático, infraestrutura da rede de ensino, qualificação dos docentes, financiamento público das demandas do sistema educacional e princípios filosóficos para nortear a formação dos brasileirinhos, entre muitas facetas que envolvem cidadania, instrução, instituições culturais, lazer e circulação de informações.

O presidente precisa empenhar-se, quanto à saúde, em tudo que se refere à medicina preventiva, infraestrutura sanitária, emergências médicas, assistência ambulatorial, rede hospitalar, indústria farmacêutica, atendimento a categorias fragilizadas, formação de profissionais, programas de nutrição, saúde complementar e outras questões relativas ao bem-estar físico e mental da população.

Outra promessa nunca cumprida é em relação à segurança, mas isso vai além de assaltantes e arrastões na praia, porque envolve patrulhamento das fronteiras, proteção dos indivíduos em qualquer ambiente, socorro às vítimas de catástrofes e de criminosos, atualização contínua dos equipamentos, qualificação dos guardiões da sociedade, respeito aos direitos constitucionais, repressão equilibrada aos transgressores com sólido sistema prisional, presença constante das instituições do Estado e outros itens que assegurem a integridade física e mental de cada brasileiro.

Um presidente precisa ter acuidade também para a mobilidade espacial dos cidadãos, infraestrutura de transportes e comunicações, política agrária e ambiental, estabilidade da moeda, habitação popular, preservação da língua, circulação de bens e serviços, proteção do patrimônio público e privado, revitalização de bacias hidrográficas, formação de lideranças, energia, ciência, tecnologia, artes e artesanato e população indígena.

Nenhum ser humano consegue dominar tudo isso, mas um estadista precisa ter discernimento para formar uma equipe que cuide da máquina pública e altivez diante de sua base política a fim de que os cargos não sejam loteados com propósitos distantes do interesse nacional.

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