O rio São Francisco vive a pior seca de sua história. Nesta terça-feira (4), a represa de Três Marias, na região Central de Minas, usada como indicador da vazão do rio, atingiu 2,82% de sua capacidade, a pior marca desde 1931, quando começou a medição. Antes, o pior quadro registrado era em 1971, quando o reservatório chegou a 3%. O vice-presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), Wagner Soares, diz, no entanto, que a queda abaixo da marca histórica é ?simbólica?, mas não provocará mudanças imediatas na gestão, porque as medidas emergenciais possíveis já foram adotadas.
A usina está gerando energia apenas em duas das suas seis turbinas, e existe a possibilidade de parar de gerar a qualquer momento. A vazão foi reduzida de 140 m³/s para 120 m³/s. ?A expectativa é manter essa vazão até o fim de dezembro, para, depois, fazer uma nova avaliação?, afirma. De acordo com ele, há previsão de chuvas para a região em novembro e dezembro.
Mesmo se essas chuvas vierem, Soares diz que é fundamental que sejam feitas campanhas de uso racional da água e da energia, porque o rio vai demorar muito para se recuperar da longa seca. ?Estamos trabalhando na emergência, e a gente não vê uma campanha de racionalização?, reclama.
A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) firmou ontem termo de cooperação para preservar nascentes do rio São Francisco. E, junto com outros órgãos públicos, vai fortalecer o trabalho de revitalização do rio em Sergipe.
Pouca chuva. Wagner Soares diz que os indicadores mostram que 2015 terá chuvas consideradas normais, que serão insuficientes para recuperar o rio. De acordo com cálculos da equipe técnica do Consórcio das Bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), feitos na semana passada seria preciso chover durante seis horas diárias, por 30 dias seguidos, para encher a metade de Três Marias.

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