Uma pesquisa da Universidade de Sydney, na Austrália, revelou que o risco de uma pessoa ter um ataque cardíaco é 17 vezes maior após uma infecção respiratória. De acordo com o estudo, publicado na semana passada no “Internal Medicine Journal”, doenças como pneumonia, gripe ou bronquite podem desencadear o problema no coração.

Os dados mostram que o aumento no risco de ataque cardíaco não acontece apenas no início dos sintomas da infecção respiratória, mas atinge picos nos primeiros sete dias e vai reduzindo gradualmente. Os cientistas afirmam que a chance, no entanto, permanece alta durante um mês.

“Nossos resultados confirmam o que foi sugerido em estudos prévios de que uma infecção respiratória pode atuar como um gatilho para um ataque cardíaco”, afirma o cardiologista Geoffrey Tofler, professor da Universidade de Sydney.

Os pesquisadores analisaram 578 pacientes que tiveram ataque cardíaco por obstrução da artéria coronária, que forneceram aos médicos informações sobre a ocorrência de doenças respiratórias. Os pacientes foram questionados se apresentaram dor de garganta e no peito, tosse, febre, sintomas de gripe, ou se eles relataram um diagnóstico de pneumonia ou bronquite nos dias que antecederam o problema no coração. Entre as pessoas analisadas, 17% relataram sintomas de infecção sete dias antes do ataque cardíaco, e 31% em até 31 dias.

Também foi analisada a chance de ataque cardíaco para pacientes que manifestaram sintomas restritos às vias aéreas superiores, como resfriado comum, rinite, sinusite e faringite. Nesses casos, o risco foi 13 vezes maior.

“Embora as infecções respiratórias superiores sejam menos graves, elas são muito mais comuns do que os sintomas do trato respiratório inferior, por isso é importante entender sua relação com o risco de ataques cardíacos, especialmente quando estamos chegando ao inverno”, destaca Tofler.

 

Picos

A pesquisa ajuda a explicar a existência de picos de ataques cardíacos durante o inverno, quando essas infecções são mais comuns. Uma das hipóteses para que a exposição a infartos seja maior após o registro de infecções respiratórias é a ocorrência de alterações no fluxo sanguíneo.

“Entre as possíveis razões pelas quais uma infecção respiratória pode desencadear um ataque cardíaco está a tendência crescente de coagulação do sangue, inflamação e toxinas prejudiciais aos vasos sanguíneos, incluindo mudanças no fluxo de sangue”, explica o pesquisador.

 

Realidade

Uma pessoa morre a cada dois minutos por conta de doenças do coração. São 350 mil mortes ao ano, causadas por infarto, derrame e insuficiência cardíaca, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

 

Resfriar corpo após parada pode reduzir lesão no cérebro

Resfriar o corpo de um paciente que tenha passado por uma parada cardíaca e está em coma pode reduzir os danos cerebrais decorrentes do quadro, de acordo com uma nova recomendação da Academia Americana de Neurologia (AAN). A diretriz é resultado de uma extensiva revisão bibliográfica sobre o tema, publicada neste mês no periódico da entidade, “Neurology”.

Paradas cardíacas interrompem o fluxo de sangue e oxigênio para o cérebro, o que pode causar grandes danos ao órgão. Quanto mais tempo o coração fica parado, maiores são os riscos desse dano ou até mesmo de morte.

O resfriamento do corpo, por meio de pacotes gelados e cobertores especiais, demonstrou resultados satisfatórios na contenção desses efeitos.

“As pessoas que estão em coma depois de serem ressuscitadas de uma parada cardíaca exigem cuidados neurológicos e médicos complexose os neurologistas podem desempenhar um papel fundamental na melhoria dos resultados proporcionando o resfriamento corporal”, afirmou em nota Romergryko G. Geocadin, professor da Universidade Johns Hopkins e membro da AAN.

A recomendação da associação sugere que parentes consultem a equipe médica sobre a indicação do procedimento para o paciente.

 

Técnicas eficazes:

 

Tipos

Para a publicação, os estudiosos analisaram trabalhos dos últimos 50 anos. Dois tipos de tratamento se mostraram eficazes.

 

Diferença 

Um deles, a hipotermia terapêutica, reduz a temperatura corporal para a faixa de 32ºC a 34ºC por 24 horas. Já o gerenciamento direcionado da temperatura consiste na manutenção do corpo em 36ºC por 24 horas, seguido de aquecimento para 37,5ºC por oito horas.
Flash

Futuro. Após os resultados, a diretriz da Academia Americana de Neurologia (AAN) recomendou também que estudos futuros tentem encontrar temperaturas ideais e taxas de resfriamento e reaquecimento do corpo, bem como examinar quais métodos funcionam melhor.

 

Fonte: O Tempo||http://www.otempo.com.br/interessa/risco-de-infarto-cresce-17-vezes-ap%C3%B3s-epis%C3%B3dio-1.1477292

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