A explosão da crise hídrica e a temporada de seca lançam um alerta para o risco de queimadas em Minas Gerais. Em apenas quatro dias, o número de focos de calor – principal indicativo de incêndios – já é quatro vezes maior se comparado à média diária do mês anterior.

Em julho, os satélites registraram 288 ocorrências, ou nove a cada 24 horas. Em agosto já são 148 – 37 por dia. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De janeiro até terça-feira, foram 1.170 focos de calor no território mineiro.

A estatística, no entanto, tende a piorar, já que o período mais crítico só começou. Historicamente, as queimadas aumentam entre agosto e outubro. 6,4 mil focos de calor foram registrados no Estado, no ano passado, segundo dados do Inpe.

 Em 2014

No ano passado, mais de 80 mil hectares viraram cinza na parte interna e no entorno dos parques florestais de Minas. Ao todo, 867 queimadas foram registradas na áreas protegidas.

Para evitar novos estragos, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) aumentou o efetivo de brigadistas. Em 2014, eram 330. Agora, são 408. Eles estão distribuídos em 44 unidades de conservação.

Captação restrita

Devido ao nível crítico dos reservatórios Serra Azul, Rio Manso e Vargem das Flores, os três da reserva do Sistema Paraopeba, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) prorrogou nesta quarta-feira (5), por mais 60 dias, a restrição para captação de água no sistema.

Conforme o órgão, a medida foi baseada em estudos técnicos que atestam risco acima de 70% de não atendimento aos usos estabelecidos, até o final do período seco.

Hoje, a possibilidade de haver racionamento de água volta a ser debatida. A Copasa deve publicar um novo balanço sobre o consumo na Grande BH.

Redação do Jornal Nova Imprensa Hoje em Dia

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