Comprar uma peça de roupa costuma ser um exercício de paciência. A falta de padronização entre os produtos faz com que o consumidor não tenha referência entre os tamanhos que realmente lhe servem, transformando o momento da compra em uma maratona de testes no provador. Mas, a partir do ano que vem, essa situação deve mudar. As confecções de roupas masculinas poderão optar em informar para qual porte físico a roupa foi confeccionada, além da identificação das medidas para o consumidor.
Dessa forma, as roupas seriam classificadas em três categorias, baseadas na estrutura física do homem: atlético, normal e tamanho especial. A famosa medição em P, M ou G poderá ser complementada com as medidas de peitoral, colarinho e abdômen indicadas para cada tamanho. Já a numeração para calças e bermudas seria acompanhada pela medida de cintura a qual se enquadra a peça. A proposta vem por publicação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
A norma também sugestiona que as informações para o consumidor viriam na etiqueta, facilitando a compra. A vantagem para o consumidor está no acerto na hora de comprar. Ele não mais perderá tempo no provador, o que é positivo tanto para o comprador como para o vendedor, defende a superintendente do comitê brasileiro de têxteis e do vestuário da ABNT, Maria Adelina Pereira.
A superintendente também explica que, para o comércio eletrônico, as informações de medida facilitariam a compra. Quem deseja comprar uma roupa pela internet, por exemplo, tem dificuldades em acertar. Com a descrição das medidas no site, a venda seria favorecida. Além disso, se evitaria grande parte das trocas posteriores, explica.
Maria Adelina destaca que, por enquanto, a norma só existe para o vestuário masculino. A expectativa é de formalizar o estudo das normas femininas para o próximo ano, explica.
Para Felipe Soares de Moraes, 23, estudante do nono período de direito, a medida será positiva. Nunca sei quando a calça que vou comprar deve ser do tamanho 42 ou 44. Há falta de padrão entre as confecções, com a numeração variando muito entre as marcas. Com a medida, as peças serão melhor descritas, defende.
O administrador de empresas Leandro Marques, 29, também o mesmo problema para acertar a numeração das peças de roupa e brinca com as possibilidades. Há uma certa ?teoria do depende?: depende da confecção, depende do tecido, depende do corpo. O fato é que sempre falta padronização nas medidas, diz.

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