Às 17h20 desta sexta-feira (16), a Secretaria de Comunicação da Prefeitura enviou para o jornal, a cópia de documento do TJMG ? informando que haverá uma nova audiência de conciliação entre o município, os médicos e dentistas, fixando inclusive multas e percentual de profissionais que deverão manter o atendimento, em caso de continuidade da greve.
A audiência está marcada para ocorrer na próxima segunda-feira (19), às 14h, no Palácio da Justiça em Belo Horizonte. Ouvido, o médico Ednaldo Durço informou que a homologação de todo o acordo perante o TJMG dá maior garantia as partes envolvidas e foi inclusive objeto de recomendação por parte do representante do Sindicato dos Médicos que os acompanhou e orientou durante todo o desenrolar do processo que finalmente chega ao fim.
Relembrando o caso
Em assembleia realizada na terça-feira (13) na sede do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Formiga ? Sintramfor, médicos do Programa Saúde da Família aprovaram o término da greve, que já durava 53 dias.
O acordo ocorreu após o sindicato e a Prefeitura entrarem em acordo com relação à proposta de aumento de salário e regularização das horas de trabalho dos profissionais, que tiveram seus salários reajustados em 20% e passarão a receber R$ 8.039,58 mensais. Eles trabalharão 32h semanais, sendo que destas, algumas deverão ser prestadas nos respectivos postos de saúde (4 horas pela manhã) e as restantes, dedicadas a estudos e outras ainda, cumpridas por meio da realização de visitas em domicílios e palestras para a comunidade. Tudo exatamente como vigorava antes, de acordo com o ?Pacto pela Saúde? assinado em 2009, com a anuência do Ministério Público.
O diretor de Defesa Profissional do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, Eduardo Filgueiras esteve em Formiga para acompanhar a assembleia e, em entrevista, falou sobre a importância do movimento de greve, que chamou a atenção para as questões de saúde do município. ?Há de se observar que a greve atraiu os olhares para os problemas nesse setor do município e que, agora, a tendência é que as condições de atendimento à saúde melhorem para toda a população?, afirmou.
Apesar do ponto de vista positivo, de fato, não há nenhum tipo de acordo entre Prefeitura e médicos com relação à melhoria das condições estruturais dos postos ou da continuidade dos serviços prestados, que faziam parte da pauta de reivindicações dos médicos. Representantes da classe foram à Câmara Municipal, onde apresentaram fotos das péssimas condições de alguns postos de saúde da cidade e alertaram para a falta de materiais para o atendimento, como luvas e esparadrapos e vários tipos de remédios, além da dificuldade em dar prosseguimento aos tratamentos por problemas na realização de exames.
?Não faz parte da proposta final, mas eles disseram que vão melhorar com o tempo, as condições dos PSF?s, inclusive abriram processo seletivo para a contratação de mais médicos?, comentou Ednaldo Durço, que atende no posto de saúde do bairro Engenho de Serra e esteve à frente do movimento de greve desde o início.
Mesmo com a aprovação do fim do movimento, os trabalhos só deverão ser retomados dentro dessa nova proposta, na próxima segunda-feira (19). ?Temos que cumprir alguns trâmites burocráticos, como os avisos de suspensão de greve feitos pelo sindicato dos médicos e o prazo para a divulgação do fim da greve?, explicou o presidente do Sintramfor Natael Alves Gonzaga.

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