Ir ao supermercado não é uma das tarefas mais fáceis hoje. Com o  preço dos produtos básicos cada vez mais alto , é um malabarismo conseguir equilibrar o bolso e as necessidades para sobrevivermos.

Se olharmos os números de organizações de pesquisa, então, é ainda pior. Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese) apontam que o preço médio da cesta básica em Belo Horizonte subiu 2,45% no mês de agosto, acumulando alta de 17,75% nos últimos 12 meses. Ainda que a medição seja feita na capital, o indicador também é usado como parâmetro em todo o Estado. Na prática, o valor da cesta em BH hoje é de R$ 562,95. E, com os preços tão elevados, a pergunta que fica é: como fazer para controlar os gastos no mercado? A reportagem ouviu a planejadora financeira Rosielle Pegado. Ela acredita que a ida ao mercado tem que ser baseada em três pilares principais:

  • Planejamento
  • Observação
  • Adaptação

Planejamento

No começo pode não parecer exatamente simples, mas depois se torna hábito. Nesse planejamento inclui a organização da sua dispensa, criar uma lista de compras, e definir um orçamento para essa lista. “Assim você evita comprar o que não precisa, focando em comprar o que é verdadeiramente necessário, e não ter que voltar outro dia, porque tempo também é dinheiro”, orienta a especialista.

Dentro do planejamento, está também montar um cardápio com o que você pretende se alimentar durante a semana. “Ajuda a reduzir o estresse e preocupação com o que será feito no almoço do outro dia, além de ter um maior aproveitamento dos alimentos. Por isso, defina a quantidade de pessoas, avalie o seu tempo disponível para cozinhar, escolha as refeições de cada dia e tire um dia para adiantar o processo”, complementa.

Observação

Acredite se quiser: nem tudo que está exatamente à sua frente pode ser a melhor opção. Os supermercados são feitos para que você gaste dinheiro de todas as formas. Então, não pegue o primeiro produto que você vê na sua frente. Geralmente os que estão colocados na linha dos olhos são os mais caros. Por isso, veja os que estão acima ou abaixo das prateleiras. Às vezes, boas oportunidades estão ali. Também veja a própria movimentação do supermercado. Como todos vivem a mesma situação, é natural que a procura por produtos mais baratos seja maior. Observe o que os outros consumidores estão levando.

Adaptação

Às vezes deixar de lado a marca consumida pela família desde sempre pode ser difícil, mas é uma opção a ser considerada. “Sei que não é fácil mudar a marca do produto que estamos acostumados a consumir, porque todos temos nossas preferências alimentares. No entanto, em uma situação de crise, considerando que o foco deve estar na saúde e no equilíbrio financeiro, algumas mudanças precisam ser feitas”, inicia Rosielle.

“Uma marca bem conhecida no supermercado costuma ter uma diferença de preço de mais de 50%. Para não gastar mais do que o orçamento, aprenda a trocar alguns alimentos”, complementa.

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Levar crianças no mercado?

Muitos especialistas dizem que não, mas Rosielle acredita que é possível sim, desde que seja feito um “trato” com elas: estabeleça um produto que possa ser comprado, com limite de preço.

“Eu gosto de enfatizar que a educação financeira deve ser ensinada desde a gestação, pois a criança que recebe orientação financeira crescerá um adulto mais seguro e organizado financeiramente. Não levar a criança tira uma grande oportunidade de ensiná-la a cumprir um acordo, a lidar com não, e frustrações e a fazer escolhas”, afirma.

Pagar com cartão de crédito? 

Evite, de todas as formas possíveis. “Eu sei o quanto é tentador parcelar no cartão de crédito para pagar o valor menor, mas o que acontece é que a compra do supermercado é algo que você precisa fazer mensalmente. Ou seja, se você parcelar, antes de você pagar a primeira, você já estará lá novamente para fazer outra compra”, afirma a especialista.

“E esse excesso de parcelamento pode fazer você se perder e acabar se enrolando no pagamento. Lembre-se o cartão de crédito tem o maior juros do mercado, por isso, evite ao máximo pagar o valor mínimo e atrasar o pagamento da sua fatura”, complementa. 

Cadastro em lojas? 

Muitos supermercados oferecem a possibilidade de você participar de um “clube de desconto”, cadastrando seus dados pessoais para ter acesso a preços menores. Pode ser uma boa saída, segundo Rosielle. Por meio dos aplicativos disponíveis, também é possível comparar os preços dos produtos (e economizar uma boa grana com combustível, por exemplo). 

Quando ir ao mercado?

 Economizar no orçamento do supermercado vai muito além de só comparar os preços das coisas ou marcas favoritas. Precisamos saber qual o dia ideal que podemos comprar tudo com os melhores preços e condições. “Prefira ir depois do dia 10. Pois nos primeiros dez dias de cada mês, a maioria das pessoas recebe e logo vão ao supermercado. Nesse caso, a procura é tão grande que o estabelecimento vende com facilidade: a promoção acaba rápido, e fica difícil comprar com tranquilidade e fazer a melhor escolha com tanta gente”, finaliza Rosielle.

Fonte: Estado de Minas

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