A cidade de São Paulo registra dois casos de sarampo em 2019, segundo informou a Secretaria Municipal de Saúde na noite desta quinta-feira (4). O último registro ocorreu em 2015, quando dois pacientes foram diagnosticados com a doença.

Ainda de acordo com a pasta, ambas as ocorrências deste ano são importadas, ou seja, os pacientes foram infectados fora do município – um na Noruega e outro em um navio oriundo de Malta.

A Prefeitura também afirma que de janeiro até o dia 23 de março realizou 35 ações de bloqueio por conta de casos suspeitos da doença na cidade. A medida consiste no rastreamento dos casos suspeitos, na busca ativa de pessoas não imunizadas, e vacinação em postos volantes.

No ano passado, foram realizadas 176 ações de bloqueio, mas nenhum caso confirmado até o momento.

As confirmações de sarampo só podem ser efetuadas após testes da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio, e certificação pelo Ministério da Saúde.

Vacinação

 A vacina que protege contra o sarampo, uma doença viral aguda, está disponível na rede municipal de saúde e deve ser aplicada em duas doses a partir de um ano de vida da criança.

A tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, é fornecida ao município pelo Programa Nacional de Imunizações, por meio da Secretaria de Estado da Saúde.

As medidas de investigação e de vacinação seguem os seguintes protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde:

 

  • Após a notificação é feita uma investigação do caso suspeito: busca dos dados clínicos e da investigação laboratorial junto aos serviços de atendimento;
  • Investigação epidemiológica: avaliação de deslocamentos do caso suspeito com intuito de desencadear medidas de prevenção;
  • Orientação de isolamento social do caso pelo período máximo de transmissão;
  • Vacinação seletiva; ou seja, vacinação dos não imunizados ou com esquema de vacinação incompleto para a idade após a avaliação do comprovante de vacinação das pessoas expostas em todos os locais frequentados pelo caso suspeito, tais como: residência, escola, unidade de saúde, meio de transporte utilizado em viagens no período de transmissão da doença, etc;
  • Acompanhamento de todos os expostos para detectar o aparecimento de novos casos.

 

Vacinação em coworking na Av. Paulista

Associados de um espaço de compartilhamento de escritórios na Avenida Paulista, na região central de São Paulo, foram comunicados sobre um caso de sarampo no edifício e orientados a participar da ação de vacinação, que ocorre desde terça-feira (2) no prédio.

O aviso foi divulgado em uma rede social interna e em cartaz na unidade. Em nota ao portal G1, a WeWork disse que “agiu conforme as orientações da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, seguindo os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde”.

A empresa tem mais outras 12 unidades na capital. Os associados ouvidos afirmam que a ação está sendo realizada apenas no endereço da Avenida Paulista.

A Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) explica que o sarampo é uma doença de notificação obrigatória e imediata e, sempre que são identificados casos suspeitos, são desencadeadas ações de bloqueio, como no caso do local citado pela reportagem, mesmo sem a confirmação efetiva.

“Isso ocorre porque o tempo é um fator importante no controle epidemiológico e não se pode aguardar, até que haja uma confirmação definitiva”, afirma a Covisa.

Alerta OMS

Em fevereiro deste ano, a Organização Mundial da Saúde emitiu um alerta para o aumento de casos de sarampo no mundo.

Em 2016, o Brasil recebeu um certificado de eliminação da doença. Desde 2018, porém, a situação não é mais tão tranquila.

No ano passado, 11 estados enfrentaram um grande surto da doença. Foram mais de 10.300 casos no país. Apesar dos índices, a procura pela vacina nos postos ainda está longe do ideal.

Segundo dados do Ministério da Saúde, divulgados no início deste ano, quase metade dos municípios brasileiros não atingiu a meta de vacinar 95% das crianças de 1 a menos de 5 anos de idade.

Entenda o que é sarampo, quais os sintomas, como é o tratamento e quem deve se vacinar — Foto: Infografia: Karina Almeida/G1

 

 

Fonte: G1||

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