Dois projetos voltados para a saúde em Formiga foram votados na reunião da Câmara Municipal na segunda-feira (5). O projeto de lei 226/2010, que dispõe sobre a obrigatoriedade de transporte público, pela Secretaria Municipal de Saúde, aos pacientes de Formiga, e o projeto de lei 239/2010, o qual autoriza a abertura de crédito especial, no valor de R$ 369.729,10, para a aquisição de equipamentos para o Programa de Saúde da Família (PSF).
Durante as aprovações dos projetos, os vereadores se mostraram bastante insatisfeitos com a Secretaria de Saúde do município. Em relação ao primeiro projeto, de autoria do vereador Cid Corrêa/PR, o colega Eugênio Vilela/PV destacou que é de extrema importância para as pessoas que precisam usar transportes para fazerem exames e cirurgias fora do município. ?Um veículo com 16 lugares transitar com 9 ou 10 pessoas. Esse projeto vem corrigir uma grande injustiça para aquelas pessoas que precisam fazer tratamento?, disse.
O vereador Reginaldo Henrique dos Santos (Dr. Reginaldo/PCdoB) ressaltou que o projeto vem dinamizar o transporte público voltado para a saúde. ?É óbvio que temos que pensar que a secretaria, discriminando ou não, ela não vai conseguir fazer todo o transporte necessário que ocorre na cidade. Esse projeto se faz necessário porque ,na regra do transporte público em Formiga, está havendo a dificuldade de transportar pacientes que não são pacientes SUS?.
Durante a reunião, Cid Corrêa leu o parecer emitido pela assessoria jurídica do Legislativo. Ele contou que o projeto foi bastante polêmico e que pessoas ligadas à Prefeitura tentaram desqualificar a matéria.
Espera por cirurgias
Outro assunto sobre a saúde e que foi novamente debatido na reunião foi a fila de espera por cirurgias que conta com 745 pessoas. Eugênio Vilela contou que, em agosto do ano passado, por meio de um relatório, havia 632 pessoas esperando por cirurgias. ?Foi por esse motivo que a Câmara fez uma emenda no orçamento destinando mais R$ 830 mil para as atividades na Saúde. O número de pessoas aumentou e, até agora, não vimos nenhum movimento do Executivo em firmar um convênio com a Santa Casa. Nós temos que exigir do prefeito que ele faça esse convênio. É preciso sentar com o prefeito e negociar isso. Tem dinheiro, porque ele não quer usar, é alguma coisa contra a Santa Casa? Essas pessoas que estão esperando não têm nada com isso?, disse Eugênio.
O vereador Moacir Ribeiro/PMDB destacou que, infelizmente, as pessoas mais pobres têm dificuldades em ter um atendimento mais digno na saúde e propôs: ?vamos fazer uma reunião entre o prefeito, os vereadores, a secretária de Saúde e o provedor da Santa Casa. Fazer uma negociação sadia para que possamos agilizar a situação dessas pessoas que estão precisando dessas cirurgias,.
Reginaldo dos Santos disse que uma cirurgia eletiva pode se transformar em uma urgência/emergência. ?No ano passado, aprovamos a emenda para resolver esse problema e, infelizmente, até agora nada foi decidido. Em uma reunião, há 45 dias com o prefeito, ele disse que a Prefeitura tinha orçamento, mas não tinha financeiro. O prefeito contou que na medida em que ele tivesse um financeiro de R$ 50 mil dentro do orçamento de R$ 830 mil, é que ele ia implementar as cirurgias eletivas?, explicou Reginaldo.
O outro projeto
Em relação ao projeto de lei que autoriza a abertura de crédito visando a aquisição de equipamentos para o Programa de Saúde da Família, Reginaldo dos Santos disse que ?nos PSFs em Formiga não têm aparelho de pressão adequado, não têm termômetro para medir a temperatura, não têm luvas para fazer exames nos pacientes, não têm sabão para lavar a mão, pois o médico tem que lavar a mão para examinar o outro paciente. Esses R$ 369.729,10 é um dinheiro razoável, nós tínhamos 16 PSFs, dois na surdina, já foram fechados. Dos 14, alguns não funcionam em tempo integral, vários motivos aí de política de saúde. E tem que ter política na saúde sim, se não fizer isso, a saúde fica renegada a segundo plano?, completou.

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