A escassez de chuvas aqui nesta região, conhecida como ?caixa d?agua do Brasil? – em função de abrigar um conjunto de rios, barragens e hidrelétricas que respondem por cerca de 70% da geração de energia elétrica do País, área esta ocupada pelas águas dos lagos que abastecem dentre outras as usinas de Furnas e Emborcação, no Sudeste, e as de Três Marias e Sobradinho, na região Nordeste, a permanecer como está, torna-se sério indício de que no biênio 2014/ 2015, o custo para o consumidor final de energia elétrica deverá a cada dia se tornar mais caro, em virtude da necessidade de se socorrer à geração forçada de energia, a partir das termoelétricas.
Aqui, na região do chamado Mar de Minas, (Lago de Furnas), como exemplo, não chove desde a virada do ano e o que se tem visto é um calor danado e no lago, percebe-se sensível diminuição no volume de água armazenada o que, preocupa também empresários de toda a região que também sabem que reside na exploração turística do mesmo, a maior fonte de geração de emprego e renda para algumas dezenas de municípios, econômica e grandemente dependentes desta atividade.
Hoje, a partir desta constatação, tudo que os especialistas em energia desejam é que São Pedro seja generoso na liberação de muita chuva sobre Furnas e o Rio Grande, assim como sobre os cursos dos rios Paranaíba e São Francisco. Do contrário, o bicho vai mesmo, ?pegar?!
Nos últimos dias, o nível de água armazenada nos reservatórios e capaz de se transformar em energia, ficou na marca dos 43% no Sudeste e em quase 35% no Nordeste. Estes são indicadores de um volume que mesmo sendo bem melhor do que os registrados na virada de 2012 para 2013, quando o nível do Sudeste, por exemplo, bateu nos pífios 29% – volume próximo ao registrado em 2000, ano anterior ao do racionamento, ainda assim, os deixa intranquilos.
Porém, como o aumento da demanda em função do calor é crescente e somando-se a ela outros fatores como a realização da Copa – que certamente provocará um acréscimo substancial no consumo de energia -, especialistas do ramo já demonstram publicamente suas preocupações. Estes números, agora verificados, estão muito distantes das médias entre 50% e 60% que habitualmente se registra nestas regiões, quando os índices pluviométricos podem ser considerados como mais adequados, uma vez analisados do ponto de vista histórico e comparados àqueles medidos em verões anteriores.
Se neste ano findo, em dezembro choveu na região ora analisada e em função de tais chuvas os reservatórios iniciaram 2014, apresentando um estoque de água, maior do que o obtido ano anterior, ainda assim, segundo João Carlos Mello, presidente da consultoria Thymos Energia, ?tais níveis são considerados baixos e como as previsões de chuvas na região não são das melhores para os próximos meses, tudo indica que teremos um 2014, tão estressante na área de energia quanto foi o de 2013?.
Preço em alta
O maior estresse, segundo Mello, será financeiro. Como há mais de um ano os reservatórios seguem abaixo das séries históricas, parcela do abastecimento tem sido viabilizando a partir da geração através de usinas térmicas. O pagamento do combustível gasto na operação das mesmas tem um custo mais elevado e recai sobre o preço final da energia ora fornecida.
Mesmo tendo havido uma melhora nos ?estoques? do Nordeste, no Norte e no Sul, as chuvas foram frustrantes entre Minas e em São Paulo, justamente onde é mais importante que elas caiam em maior quantidade, o que no entender de Marcelo Parode, presidente da comercializadora de energia Compass, é motivo de procupação.
Dados indicam que no mercado à vista, onde os valores são atualizados semanalmente, o preço da energia saltou de R$ 249,92 para R$ 284, 27 pelo megawatt-hora, registrando uma alta de 14% entre a primeira e a segunda semana do ano e revertendo a tendência de baixa criada pelas chuvas de dezembro.
Resumindo: nesta região, a ocorrência das chuvas de verão em abundância, é de vital importância para a manutenção equilibrada e menos onerosa do setor de geração de energia neste país.

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