A denúncia de que o chorume do Aterro Sanitário Areias Brancas estaria contaminando o Córrego das Almas, na comunidade de Serrinha, chegou aos órgãos de imprensa locais, regionais e até estaduais. Na denúncia feita pela diretoria da Associação Pró Pouso Alegre (APPA) é alegado que, por causa das chuvas, os tanques de contenção do chorume não suportaram o volume e que um dos tanques poderia vir abaixo.
A diretoria da APPA alega ainda que os moradores dos sítios daquela região têm ?o córrego como seu único fornecedor de água e que sempre foi límpido e próprio para consumo? e que agora a água estaria com mau cheiro, embora os moradores já tivessem bebido dela e usado para os afazeres domésticos (comida, lavação de roupas etc.). Também segundo a denúncia, moradores e animais passaram mal pela ingestão da água que eles dizem estar contaminada pelo chorume do Aterro Sanitário
Os membros da Associação Pró Pouso Alegre fotografaram e filmaram o local, depois mandaram o material para a imprensa. Eles também acionaram novamente a Polícia Ambiental, que já havia sido chamada no início deste mês para lavrar um Boletim de Ocorrência com a denúncia contra o aterro. A diretoria da APPA afirmou que entrará com ações judiciais contra o município.

Denúncia não procede
A denúncia da Associação Pró Pouso Alegre não procede, segundo as explicações da Secretaria Municipal de Gestão Ambiental. O ?Programa de monitoramento de efluentes líquidos, águas subterrâneas e águas superficiais associadas ao Aterro Sanitário? estabelece os critérios para o monitoramento das águas próximas ao aterro, o que permite a verificação dos possíveis impactos ambientais e a efetividade das ações de controle adotadas.
O monitoramento deve ser realizado cumprindo os prazos estabelecidos e é enviado à Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Alto São Francisco (Supram).
Segundo a Secretaria de Gestão Ambiental, as análises feitas e monitoradas estão cumprindo às normas e parâmetros exigidos pelas leis ambientais. O programa de monitoramento das águas para a verificação do ambiente hídrico do local está sendo devidamente executado e o líquido despejado no córrego é tratado e obedece à legislação ambiental.
Ainda de acordo com a Secretaria de Gestão Ambiental, o último monitoramento foi realizado em dezembro e os resultados estão dentro dos padrões.
Um documento comprova que a análise feita em março do ano passado, antes de o Aterro Sanitário entrar em operação, mostrava que a água do Córrego das Almas já era imprópria para o consumo humano, devido à presença de coliformes termotolerantes. A conclusão apresentada pelos técnicos da Fundação Ezequiel Dias na análise feita no dia 2 de março de 2009 foi de que ?a amostra analisada não atende aos padrões bacteriológicos de potabilidade?, conforme a Portaria nº 518 de 25/03/2004 do Ministério da Saúde. Isso comprova que a água do Córrego das Almas já estava contaminada e imprópria para uso dos moradores antes da operação do Aterro Sanitário, que começou a funcionar em agosto de 2009.
O secretário de Gestão Ambiental ressalta que o resultado da análise feita em dezembro está à disposição de toda a população na sede da secretaria, à rua Coronel José Gonçalves D? Amarante, 134, Centro.

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