A segunda maior dívida de Minas Gerais pode ser quitada à vista, até o meio do ano que vem. É a chamada Conta de Resultados a Compensar (CRC). O débito com a Cemig, que começou em R$ 600 milhões, em 1992, vai alcançar R$ 5,6 bilhões em dezembro. A dívida é reajustada pelo IGP-DI mais juros de 8,18% ao ano.
Segundo o diretor de finanças e relações com investidores da Cemig, Luiz Fernando Rolla, a empresa não vai, necessariamente, colocar os R$ 5,6 bilhões no bolso. A transação com o governo do Estado, acionista majoritário da companhia, ainda não tem valor definido. Vai ter Imposto de Renda, e quem paga à vista quer desconto, disse Rolla, que não quis antecipar onde o dinheiro será aplicado.
A decisão de pagar essa dívida, que só perde para a que Minas tem com a União, acontece num momento em que o Estado enfrenta reivindicações de aumento de salários dos servidores de educação, saúde e segurança. E mais: não tem dinheiro em caixa; vai buscar, em bancos estrangeiros, um empréstimo com juros mais baratos que os que paga à Cemig, cujo prazo para quitação era até o ano de 2032.
Hoje eu consigo executar o serviço dessa dívida. No futuro, vai exigir esforço sobre-humano, comprometendo o caixa e a capacidade de investimento do Estado, afirma o subsecretário do Tesouro Estadual da Secretaria da Fazenda, Eduardo Codo. Para ele, os juros podem cair pela metade. O valor pago atualmente é insuficiente para produzir amortização. Aí faz com que o saldo devedor só cresça.
Apesar de o Estado ser acionista da Cemig, o valor pago não acabará retornando para seus próprios cofres. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Quando o dinheiro cair na Cemig, vai produzir uma dinâmica patrimonial que respeitará todos os requisitos da empresa, afirmou o subsecretário do Tesouro.
Prospecção
Entre os bancos que o Estado já está procurando estão a Agência Francesa de Desenvolvimento e o Banco Mundial (Bird), mas outros internacionais podem ser contactados.

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