Sem recursos para fazer consertos nos veículos ou uma empresa que cuide do serviço há um ano e meio, o número de viaturas da Polícia Militar encostadas no Estado por falta de manutenção cresce a cada dia e já chega a 40% da frota.

Em março o percentual girava em torno de 30%, segundo a Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra). Nesta segunda-feira (6), de acordo com a associação, o dado já subiu 10 pontos percentuais. A terceirização da frota, prometida pelo comando da PM no fim de março como forma de minimizar o problema, ainda não tem data para sair do papel.

Desde que o contrato de manutenção foi encerrado, em janeiro de 2014, o Estado repassa a cada batalhão entre R$ 1.000 e R$ 1.500 por mês para reparos nos veículos. Segundo o presidente da Aspra, sargento Marco Antônio Bahia, o montante é insuficiente e acaba prejudicando o policiamento. “Os bandidos ficam mais à vontade para cometer crimes, enquanto policiais precisam fazer patrulhamento a pé”, relata o presidente.

Entre os afetados está o patrulhamento do Tático Móvel, unidades mais especializadas dentro dos batalhões, responsáveis por crimes de maior potencial ofensivo, como tráfico de drogas e homicídios. Conforme Bahia, os batalhões da capital estão usando no máximo dois táticos móveis por turno nos últimos meses. “Antes, os batalhões tinham condição de colocar para rodar entre oito e dez táticos por turno. São policiais com treinamento especial. Sem eles, o trabalho é prejudicado”.

Terceirização

No fim de março, a Polícia Militar anunciou a realização de uma licitação para a locação de 2.650 viaturas. O alvo seriam cidades com mais de 80 mil habitantes, e a manutenção estaria incluída no contrato.

Nesta segunda, a assessoria informou que será realizada uma audiência pública no próximo dia 23 para dar publicidade ao edital de locação e manutenção dos veículos.

 Responsabilidade

 No interior, conforme a Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas (Aspra), as Prefeituras realizam a manutenção dos veículos. Na capital, a responsabilidade é do batalhão. 

Em números

11 mil é o número de viaturas em Minas Gerais – 40% delas estariam encostadas

1000 é o total de viaturas em Belo Horizonte – o percentual delas que estariam paradas não foi informado.

Redação do Jornal Nova Imprensa

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