A banda brasileira de heavy metal Sepultura foi impedida de se apresentar no Líbano nesse domingo (28) após ter sido acusada de “adoração ao demônio”.

“Gostaríamos de manifestar ao nosso público de Beirute a nossa profunda insatisfação pela situação a que fomos submetidos pelo escritório de segurança do Líbano, que culminou com o cancelamento do nosso show que aconteceria ontem (28) no The Palace – Hamra”, disse a banda, em nota.

“Em 35 anos de historia, foi a primeira vez que tivemos a nossa entrada bloqueada em um país por uma falsa interpretação de nossos propósitos e valores. Nosso intuito sempre foi o de promover, através da música, a reflexão, a união e a liberdade de expressão sem fazer qualquer distinção política, racial ou religiosa.”

Em turnê internacional, Sepultura segue para Dubai. Eles se apresentam nos Emirados Árabes nesta quinta-feira (2) e farão transmissão ao vivo para “compensar” os fãs libaneses.

Vistos negados por ‘insultar cristãos’

Os integrantes do Sepultura – Paulo Jr., Andreas Kisser, Derrick Green e Eloy Casagrande – tiveram suas solicitações de vistos negadas.

O motivo foi por “insultar os cristãos, serem adoradores do diabo, terem realizado um show em Israel e terem gravado um vídeo em apoio a esse país”. O Líbano não reconhece o Estado de Israel e não tem relações ele, que é considerado “inimigo”.

No vídeo da canção “Territory”, lançado em 1993, há imagens de Israel, da bandeira do país e de seus soldados, mas o grupo mantém uma postura crítica com relação à nação judaica e de apoio aos palestinos.

Sobre as acusações de insultar a religião cristã, a Skull Session, promotora do evento, ressaltou que o Sepultura “não adota nenhuma ideologia ou demonstra afinidade com qualquer pensamento”.

“Ao contrário, através de suas canções, pede que as pessoas se voltem para Deus, rejeita uma sociedade automatizada e anormal, e, por isso, alguns os consideram adoradores do diabo”, acrescentou a produtora.

Em 2016, as forças de segurança egípcias impediram a realização de um show do Sepultura pouco antes de seu início nos arredores do Cairo, argumentando que a banda não tinha documentos. Além disso, meios de comunicação locais classificaram os músicos da banda como “adoradores de satã”.

 

 

 

Fonte: G1||

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