Demonstrando não possuir, ao menos naquele momento, boa memória, o diretor do SAAE negou conhecer os envolvidos no escândalo ora apurado pela CPI e, respondendo a questionamento do presidente da Comissão, afirmou não conhecer também o vereador Maurício Ribeiro,seu ex-colega de Tiro de Guerra. É no mínimo muito estranho o fato de que alguém que, minutos antes, fizera juramento de só dizer a verdade, pudesse afirmar peremptoriamente que mesmo ocupando a cadeira de diretor de uma autarquia municipal, não conheça um vereador, por sinal, secretário da casa e com quem ele certamente, encontra várias vezes por semana em gabinetes e em outras reuniões que por circunstâncias que aqui não vêm ao caso, os obrigam a estar juntos.
Lasmar procurou ser lacônico em suas respostas e quando perguntado sobre a liberação de máquinas da autarquia para o atendimento de interesses de vereadores, disse que de fato, àquela época, máquinas do SAAE ficavam nos finais de semana, à disposição dos vereadores Piruca e Meirinha, para o atendimento de seus pedidos.
Disse ainda que não conhece o local onde foi feito o buraco da piscina e que, portanto, não podia quantificar o número de horas gastos com o serviço. A cobrança a posteriori, realizada a seu mando junto a conta de água do proprietário da fazenda, em endereço de imóvel que o mesmo possui nesta cidade, foi feita em função de informações do próprio operador do equipamento, contratante do serviço.
O inquiridor a esta altura, lembrou-lhe que ao cobrar os 150 reais, ele acabou oficializando (validando) um ato ilegal de um de seus funcionários, ato este cometido a partir do uso indevido de máquina municipal, conforme confessado.
Se a operação se tornou legal, como então punir o funcionário? Esta é uma das perguntas que ainda não foram respondidas. A outra, evidentemente, questiona a cobrança por parte do SAEE. Se tudo estava irregular, como então a autarquia cobrou pelo uso da máquina que em princípio, ele como diretor afirmara que a casa, não tinha conhecimento de tal irregularidade?
A verdade é que, aqui na terra do Pinóchio, esta CPI se quiser mesmo apurar as coisas como espera a população, com a simples revisão de depoimentos e de entrevistas concedidas por várias das partes, ao cotejadas, encontrará o caminho para a elucidação deste e de outros fatos estranhos à legalidade, que notadamente não permearam esta operação, assim como outras trazidas a público e que envolvem o uso de equipamentos em ações privadas em que nem sempre o interesse público está preservado.

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