Apesar das graves deficiências detectadas, está decidido que, no meio do ano, o Ministério da Educação vai aplicar em todo o País o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que distribui as vagas de instituições superiores com base nas notas do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). Mas haverá mudanças, e a seleção será feita em apenas uma etapa, em vez das três atuais, que vinham gerando confusão. Cada aluno vai poder se inscrever em duas, ou no máximo três opções diferentes de cursos.
As mudanças e o calendário do Sisu foram definidos nesta terça-feira (23), em uma reunião entre o ministro da Educação, Fernando Haddad, e os reitores das instituições federais de ensino superior. Os dois lados concordaram que o sistema atual, apesar de democrático, era fonte de diversos problemas que ameaçavam inviabilizar o programa. Permitia, por exemplo, que os estudantes testassem opções desnecessárias, saturando o sistema, mesmo que não fossem assumir as vagas.
Entre as mudanças, ficou também aprovada a introdução de uma lista de espera, a valer já no próximo exame. Dela serão chamados sucessivamente os alunos inscritos para preencher as vagas em aberto. O objetivo é superar todas as dificuldades, de modo a permitir que 100% das vagas sejam preenchidas, afirmou Alan Barbiero, presidente da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). O MEC acredita que a lista poderá acabar com o problema de vagas não preenchidas.
Pelo calendário elaborado, o processo do Sisu começa em abril com a adesão das instituições. Em maio serão abertas as inscrições de alunos. Em junho, será fechada a lista de classificação dos estudantes inscritos, com base na qual serão chamados os selecionados para matrícula. Paralelamente, será montada uma lista de espera para preenchimento das vagas restantes, conforme a segunda e terceira opção de cada aluno. O Inep fechará, também em junho, o calendário do segundo semestre.
O Sisu será colocado à disposição das universidades estaduais, cujos reitores terão uma reunião em separado hoje, no MEC. A secretária de Ensino Superior, Maria Paula Dallari Bucci, está esperançosa de que, nesse novo formato, o sistema finalmente deslanche e até o final do ano todas as 51 instituições federais de ensino tenham aderido. A consulta do MEC serviu para demonstrar o grande interesse dos reitores e seu compromisso de estimular o programa, que aumenta a inclusão e a democratização do acesso ao ensino superior, acrescentou.

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