Da Redação

Com nariz de palhaço e aos gritos de “vergonha” parte da população de Formiga lotou o plenário da Câmara na reunião dessa segunda-feira (13), em manifestação contra o reajuste salarial dos vereadores, previsto no  mesmo projeto de reajuste dos servidores do Legislativo.

Mesmo assim, os vereadores aprovaram o projeto de lei 012/2017, por 7 votos a favor e dois contra (Cabo Cunha e Joice Alvarenga), vale lembrar que a presidente da Casa, Wilse Marques vota somente em caso de empate.

Com a aprovação do reajuste de 6,58%, o subsídio dos edis passará de R$6.491,28, para R$6.918,41.

Os vereadores que votaram a favor do ‘aumento’ foram:  Flávio Martins, Flávio Couto, Evandro Donizeth (Piruca) Marcelo Fernandes, Mauro César, Sandrinho da Looping e Sidney Ferreira.

Antes da aprovação do projeto, foi colocado em votação o pedido de destaque dos vereadores Cabo Cunha e Joice Alvarenga, para que fosse votado em separado o reajuste dos salários dos vereadores do reajuste nos vencimentos dos servidores da Câmara. Os vereadores Mauro César, Flávio Martins, Sandrinho da Looping, Marcelo Fernandes, Piruca e Flávio Couto se posicionaram contra o pedido. Apenas os vereadores Sidney Ferreira, Cabo Cunha e Joice Alvarenga foram favoráveis à proposta.

Também foi aprovado por unanimidade, o reajuste no vale-alimentação dos funcionários do Legislativo por meio do projeto 013/2017. O valor passará de R$500 para R$535.

Entre os manifestantes estava a formiguense Adrimara Duarte que solicitou o uso da “Tribuna do Povo”, mas o pedido lhe foi negado. Ela protocolou, na quinta-feira (9) o pedido para se pronunciar na reunião desta segunda, mas de acordo com o regimento interno da Casa, seriam necessários cinco dias de antecipação para a solicitação ter validade. Segundo a presidente da mesa, Wilse, o prazo é contado a partir do dia imediato do protocolo com o que, Adrimara não concordou.

(Foto: Gleiton Arantes/Últimas Notícias)

Com a negativa do uso da Tribuna, Cabo Cunha lembrou que várias  autoridades  já estiveram fazendo uso do plenário da Câmara, tendo sido para tanto autorizadas, até mesmo sem que houvesse a formalização da solicitação. Portanto, pedia que a presidente revisse o posicionamento dela, mas não obteve sucesso.

A reunião contou com reforço policial e no recinto se encontravam mais de duzentos participantes, inclusive familiares de alguns vereadores.

Palavras de ordem eram dirigidas aos vereadores por alguns eleitores mais exaltados que, em coro, tentavam fazer valer seu intento: vagabundos, frouxos, traidores, irmãos metralha e outros termos pejorativos eram ouvidos a todo instante.

A presidente da Casa, por diversas vezes tentou impor ordem no recinto mas, diante do que se mostrava inevitável,  tratou de acelerar os trabalhos determinando à secretaria que fizesse as leituras protocolares e colocou os projetos em votação após ter ouvido as falas dos vereadores Cabo Cunha, Sidney Ferreira, Flávio Couto e da própria Joyce que justificou o voto dela contrário e teceu um breve relato sobre o ocorrido com ela durante entrevista realizada na semana anterior em  programa levado ao ar por uma rádio da cidade.

Encerrada a reunião circularam na Câmara, por iniciativa de manifestantes, documentos coletando assinaturas para que se viabilize a apresentação de um projeto de iniciativa popular e a presidente, convocou os vereadores para uma reunião “privada” no gabinete dela, segundo Wilse, para tratar de assuntos internos da Casa.

 

Com a aprovação do projeto 012/2017, os reajustes dos cargos comissionados do Legislativo passaram a vigorar de acordo com a tabela a seguir:

Assessor de Secretaria Geral                   R$4.901,52

Assessor Administrativo Legislativo       R$4.901,52

Assessor Jurídico Legislativo                    R$5. 881,82

Assessor de Comunicação                        R$3.921,23

Assistente Judiciário Legislativo                R$3.921,23

Assessor Parlamentar                                 R$1.981,18

Apesar dos ânimos bem acirrados, o efetivo a Polícia Militar, especialmente convocado para garantir a ordem pública no local, não precisou fazer nenhuma intervenção que merecesse destaque.

PM foi acionada para garantir a ordem pública (Foto: Gleiton Arantes/Últimas Notícias)

Seis vereadores foram contra o pedido de destaque dos edis Cabo Cunha e Joice (Foto: Gleiton Arantes/Últimas Notícias)

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